Roberto Suga: “Na maioria dos casos, não está compensando trazer carro”
A crise econômica começa a se manifestar também no mercado de importação de clássicos, de acordo com a Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA). Em 2013, colecionadores brasileiros importaram 430 unidades com mais de 30 anos. Em 2014 foram 350 carros e, decorrida praticamente a metade de 2015, as importações não chegaram a um terço desse total.
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Ao lado do desaquecimento da economia, o dólar acima de R$ 3 tem desestimulado os negócios. “É preciso lembrar que, além do valor do carro, o comprador paga 35% de imposto de importação, 25% de IPI e 18% de ICMS em São Paulo, além do frete e dos custos da legalização do bem”, diz Roberto Suga, presidente da FBVA, entidade que congrega 140 clubes dedicados a veículos antigos.
Outro fator que tem pesado na decisão dos importadores, segundo Suga, é a alta dos preços dos carros nos EUA. “Também lá fora os carros ficaram mais caros. Muitos colecionadores estão preferindo procurar opções no Brasil, onde há boa oferta, qualidade e preços mais competitivos.”
Importado à venda no Encontro de Autos Antigos, em Águas de Lindoia
Dados da FBVA, no entanto, mostram que o mercado brasileiro tem bom potencial de crescimento. Na Europa, segundo a entidade, são movimentados 3,8 bilhões de euros por ano entre compra e venda de carros, peças, restauração, manutenção, eventos, leilões, prestação de serviços etc. No Brasil, o antigomobilismo move R$ 200 milhões anualmente.
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