Placa Amarela

No batente com o dono

Muitos comerciantes que trabalham em eventos e encontros de carros antigos transportam suas mercadorias em raridades

Roberto Bascchera

18 de jul, 2014 · 4 minutos de leitura.

No batente com o dono
Crédito: Muitos comerciantes que trabalham em eventos e encontros de carros antigos transportam suas mercadorias em raridades

Em todo bom encontro de carros antigos não podem faltar as tradicionais barracas que vendem de tudo, de peças e acessórios a bonés, camisetas, adesivos, miniaturas, alimentos e antiguidades em geral. Esses comerciantes, em geral, são bem conhecidos no meio e circulam pelos eventos de antigos, como os da Estação da Luz (todo primeiro domingo do mês), da Fundação Santo André (segundo domingo) e do Sambódromo do Anhembi (nas noites de terça-feira). E, para carregar suas mercadorias, muitos deles não dispensam um carro antigo.

O químico aposentado Rui Alves de Pereira (foto acima), de 59 anos, mantém em Campanha, no Sul de Minas Gerais, 14 carros antigos. A lista é variada: Bel Air (1954), Consul (1951), Skoda (1956), Simca Chambord (1959), Gordini (1965), Opala Comodoro (1979), Escort XR3 (1989), nada menos que seis Kombis (três 1961, uma 1973 e uma 1959) e um caminhão Chevrolet Tigre (1946).

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Para transportar as peças que comercializa - faróis, espelhos retrovisores e acessórios em geral -, ele usa a Kombi 1973, impecável e reluzente na tonalidade Ocre Marajó e equipada com alguns acessórios de época, como calotas e aro cromado de buzina, item raro. "Faço questão de mantê-la revisada e com a manutenção em dia", diz Pereira sobre o carro, adquirido há quatro anos. "Faço viagens de 500, 600 quilômetros para participar de eventos, e a Kombi nunca me deixou na mão", conta.


 

Um carro antigo e confiável foi o que também buscou o comerciante de miniaturas Fábio Alexandre Soares, o Fábio Careca (foto acima), de 43 anos.


A Kombi saia e blusa Branco e Azul colonial, fabricada em 1965, com motor 1.600, não só carrega a mercadoria como substitui o hotel durante as viagens a trabalho. "Já dormi muito nessa cama", diz, apontando para a prancha desmontável acomodada no salão da perua e que serve de estrado para o colchonete. "É prática e confortável, eu me adaptei bem", garante o comerciante.

O impecável Gol LS 1981 Cinza Carrara de Laerte Martins Matias, de 45 anos, não carrega mercadorias, mas costuma ser o meio de transporte do consultor de negócios nos deslocamentos para eventos. Laerte tem outros antigos - duas Kombis (uma 1961 e outra 1974), dois Opalas (um Diplomata 1982 e um Gran Luxo 1974) e um Chevrolet Malibu 1968. "A compra desse Gol foi um negócio de oportunidade. O carro é muito bom, só não transporto mercadoria nele para não deteriorar", conta. As peças que vende com o irmão Anderson são levadas na Kombi 1961, estilizada ao estilo Hoodie Ride.


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