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Comida

Produtores de cacau da Costa do Marfim comem chocolate pela primeira vez; veja o vídeo

Por Rodolfo Almeida

Produtores de cacau da Costa do Marfim comem chocolate pela primeira vez; veja o vídeoFoto:

“Eu não sabia que cacau era tão delicioso”. “Então é por isso que os brancos são tão saudáveis”. Essas são algumas das reações de um grupo de produtores de cacau da Costa do Marfim ao experimentar chocolate pela primeira vez na vida.

Em um vídeo do Metropolis, projeto da televisão pública holandesa que reúne documentaristas de todo o mundo, um repórter acompanha uma família da Costa do Marfim em seu cotidiano de plantação e colheita de cacau e oferece ao grupo algumas barras de chocolate para que experimentem o doce.

Alfonse conhece o chocolate. FOTO: Reprodução

Na filmagem (em francês, com legendas em inglês), o fazendeiro Alfonse mostra como realiza a colheita, a fermentação e a secagem dos grãos de cacau, e diz que a última safra não deu muitos resultados. Ele conta que não costuma usar as sementes do fruto para alimentação e que não sabia como o resultado de seu trabalho era aproveitado pelas empresas internacionais que o compram.

“Nossos pais nos disseram que o cacau era usado para fazer vinho”, comenta, surpreso, um dos trabalhadores. “Reclamamos porque plantar cacau é trabalhoso e agora estamos aproveitando o resultado. Que privilégio experimentar isso”, completa.

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Com sua economia baseada principalmente no cultivo do cacau, a Costa do Marfim é um dos maiores produtores do fruto no mundo. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a produção do país chegou a 1,3 milhões de toneladas em 2013, correspondendo a 35% da produção do mercado internacional.

Entretanto, as fazendas do setor ainda sofrem graves denúncias de tráfico de crianças e trabalho escravo infantil e o país tem o índice mais baixo de retorno por produção: apenas US$ 558 são pagos ao camponês por tonelada de cacau.

Assim, para boa parte da população próxima à linha da pobreza, o chocolate é um bem caro e difícil de encontrar, com a média de preços a partir de €2 (Alfonse ganha €7 por dia, divididos entre quinze familiares e quatro trabalhadores).

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