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Restaurantes e Bares

Por doces nunca dantes navegados

Por Cíntia BertolinoEspecial para o Estado

Por doces nunca dantes navegadosFoto:

No dia 10, um pedaço de Portugal abriu as portas no centro antigo de São Paulo.

Próximo ao prédio da BM&F, no mesmo endereço que abrigou o Fasano nos anos 1950, encontra-se agora a Casa Mathilde, especializada em doçaria portuguesa. A marca tem tradição, foi, por muitos anos, fornecedora oficial de doces da Casa Real Portuguesa.

Misto de cafeteria, casa de chá e confeitaria, a Casa Mathilde ocupa 1.200 m² divididos em três pisos e tem capacidade para 80 pessoas sentadas. O investimento no Centro, de R$ 5 milhões, não foi aleatório. “Queremos participar do processo dinamizador dessa parte histórica da cidade”, diz o português João Pedro Neto, um dos sócios do negócio.

No térreo, um longo balcão envidraçado, próprio para um lanche ou café rápidos, ostenta os cerca de 32 tipos diferentes de doces. À esquerda de quem entra, mesinhas e bancos acomodam quem chega para uma refeição mais demorada. No final do salão, uma janela envidraçada mostra um constante desenfornar de pastéis de nata, os famosos pastéis de belém. “O pastel de belém é o que mais vendemos, porque é o doce português mais conhecido no Brasil”, diz Neto.

Mas, se depender dele, os paulistanos vão conhecer outras especialidades, como o diáfano travesseiro de sintra, um delicado cone enrolado de massa folhada recheado com creme de amêndoa.

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Nas mesas, o cardápio apresenta clássicos da confeitaria conventual, como pastel de belém, noz de galamares (doce com massa de nozes e caramelo) e mimo da pena (base de coco, creme de ovo e cereja).

Há bolos inteiros ou em fatias; biscoitos como o amanteigado areias de cascais e biscoitos de azeite e mel. Também há salgados e sanduíches.

Fundada em 1850, em Ranholas, próximo à Sintra, a Casa Mathilde caiu nas graças do rei d. Fernando II por causa das queijadas, que agora reluzem na vitrine da loja brasileira.

A casa tradicional fechou em 1974, pouco após a Revolução dos Cravos. Reabriu mais tarde com outro nome, Casa do Preto, e agora desembarca na ex-colônia – um dos proprietários é o herdeiro de d. Matilde Soares Ribeiro, a fundadora.

De Portugal, além das receitas, vieram os dois chefs confeiteiros (pasteleiros, como se diz em Portugal), os balcões envidraçados e os fornos. Algumas preparações são iniciadas na casa dos cremes, também conhecida como “casa dos segredos”, porque até aos sócios-proprietários é vedado o acesso. Lá, só entram os dois confeiteiros – tudo para manter o sigilo das receitas. Durante os sete meses de reforma do prédio de arquitetura moderna, os confeiteiros testavam as receitas para adaptar a tradição portuguesa aos ingredientes locais. O grupo promete novas unidades, nos Jardins, Moema e Itaim, possivelmente a primeira ainda neste ano.

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Pasteis de belém

Travesseiros de sintra

FOTOS: Isadora Pamplona/Estadão

SERVIÇO – Casa Mathilde Praça Antonio Prado, 76, Centro Tel.: 3106-9605 Horário funcionamento: 9h/19h30 (sáb., 9h30/15h30. Fecha dom.) Cc.: todos

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