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Bebida

Os vinhos mais cobiçados do mundo

Só a garrafa vale um Gol 1.0 novinho. Uma mísera taça, que normalmente tem uns 125 ml, vale quase oito salários mínimos brasileiros.

Os vinhos mais cobiçados do mundoFoto:

Há quem pague fortunas por vinhos no mundo: a garrafa que tem preço de carro é do lote com 12 rótulos de Château Latour à Pomerol 1961, vendido por US$ 167.508 no ano passado, em Londres, num leilão promovido pela Sotheby’s. A caixa de Latour teve preço recorde entre todos os leilões promovidos pela agência britânica em 2013.

A Sotheby’s, que negocia também obras de arte, joias e luxuosos imóveis, divulgou pela primeira vez, recentemente, os números relativos ao mercado de vinho. No total, vendeu US$ 57,9 milhões em leilões.

Mas além das extravagantes cifras alcançadas pelos rótulos mais cobiçados, como o garrafão de três litros de Cheval Blanc 1947 que custou US$ 116.375, os números da Sotheby’s são um bom termômetro de quais são os vinhos mais desejados nesse restrito mercado de luxo global.

Fluxo de caixas. Foram vendidos US$ 7,2 milhões em Domaine de La Romanée Conti pela Sotheby’s em 2013. FOTO: Divulgação

Em primeiro lugar, figuram as garrafas do mítico Domaine de la Romanée-Conti. Produzido em pequena escala na região da Borgonha, na França, o vinho ficou conhecido no Brasil quando Lula, então na reta final da campanha de 2002, recebeu uma garrafa safra 1997 do seu marqueteiro Duda Mendonça.

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Na lista da Sotheby’s, os vinhos do Domaine de La Romanée-Conti foram disparados os mais vendidos em 2013: no total, auferiu-se US$ 7,2 milhões com o valioso líquido borgonhês. O segundo colocado é o Château Lafite, que fez US$ 5,2 milhões em leilões de vinhos. Os Lafite são de Bordeaux, assim como sete entre os dez maiores produtores, como os châteaux Pétrus, Haut-Brion e Mouton Rothschild.

“Cobra-se quanto quiser por um vinho, e quem pode paga. Agora, é preciso um percurso, um refinamento do gosto para aproveitar esses vinhos”, diz a sommelière Daniela Bravin.

Geoenofilia. Os números da Sotheby’s dão ainda um panorama “geopolítico” do mundo do vinho fino: eles confirmam que os grandes rótulos vêm tomando o caminho do Oriente. É que os maiores compradores estão na Ásia, que responde por 62% do volume dos leilões. Entre as dez maiores vendas de 2013, metade foi feita na Sotheby’s de Hong Kong – mas os asiáticos não se limitam à proximidade física: na Sotheby’s de Londres, eles foram responsáveis por metade das compras e na de Nova York, por 30%. “É fato que eles estão inflacionando o mercado, mas existe um preconceito entre quem diz que os asiáticos não entendem nada de vinho”, diz Bravin.

“Depois de um rápido crescimento, a Ásia tornou-se um mercado mais maduro e sofisticado”, diz Duncan Sterling, diretor dos leilões nos Estados Unidos da Sotheby’s. Ele diz que os asiáticos continuam comprando vinhos jovens para revendê-los, mas que agora têm procurado safras mais antigas: “Isso se reflete na alta dos preços de vinhos com mais de dez anos”.

Em uma outra grande agência de leilões, a também britânica Christie’s (que acumulou US$ 75 milhões, ou mais de R$ 180 milhões em 2013 apenas em leilões de vinhos), foi vendida no ano passado, em Hong Kong, a caixa de vinhos, que tem 12 garrafas, mais cara da história: por US$ 476.280, ou mais de R$ 1 milhão, foi arrematado o lote de Romanée-Conti Grand Cru 1978, Côte de Nuits. Ainda na Christie’s, das dez maiores vendas em leilões, sete foram para compradores asiáticos.

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Nesse mercado, a América Latina engatinha: comprou 5% das garrafas vendidas em leilões da Sotheby’s. No entanto, Duncan Sterling nota que os brasileiros – de Rio e São Paulo – são os maiores e mais ativos compradores da região.

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 30/1/2014

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