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In vino (nem sempre) veritas

Por Sarah DiLorenzoAssociated Press

In vino (nem  sempre) veritasFoto:

Diante de uma pilha de rótulos de Château Cheval Blanc 1947, Arnaud de Laforcade, diretor financeiro da vinícola, logo viu que eram falsos. Ao falsário não faltava ambição: 1947 é um ano excepcionalmente bom, e o Cheval Blanc 1947 é tido como o melhor Bordeaux já produzido. Uma garrafa chega a custar US$ 11,5 mil, segundo o truebottle.com, site que rastreia leilões e aponta rótulos falsos. Hoje, é consenso que a quantidade de vinhos ilustres sendo leiloados é tal que é impossível todos serem verdadeiros.

Vinho falso sempre existiu. No século 18, o rei Luís XV ordenou aos produtores do Côtes du Rhône que gravassem nos barris as letras CDR para impedir fraudes. Mas a falsificação está cada vez mais ambiciosa, estimulada pelos altos preços, consequência da enorme demanda, sobretudo da Ásia.

Prova. Laboratório em Bordeaux analisa garrafas de vinho para detectar falsificações. FOTO: Bob Edme/AP

“Vinho virou moeda, e como toda moeda, há gente disposta a falsificar”, diz Spiros Malandrakis, analista do Euromonitor.

A expert Maureen Downey, da Chai Consulting, diz que a indústria da falsificação de vinhos ficou mais sofisticada e difícil de rastrear. Os novos ricos chineses, por exemplo, não entendiam do assunto e compravam até falsificações grosseiras. Mas nos últimos dois anos, à medida que eles se tornaram connoisseurs, os falsificadores tiveram de se aprimorar.

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Bernard Medina, diretor de um laboratório do Ministério das Finanças francês em Bordeaux, desmascara cientificamente falsificações. Vinhos produzidos antes da bomba atômica não têm traços de césio-137. Se tiverem, são falsos. Às vezes, no entanto, ele recebe produtos tão bem falsificados que, no máximo, dá para colocá-los sob suspeita. Falsários compram até garrafas vazias de vinhos célebres, das quais há uma boa oferta na internet.

Para tentar enfrentar a fraude, vinícolas estão gravando a laser nas garrafas números únicos de série. Outras estão usando hologramas que ficam metade na garrafa, metade na cápsula, a capa metálica que cobre a rolha. Se removido, o holograma se fragmenta.

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 12/12/2013

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