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Restaurantes e Bares

França lança resposta ao 50 Best

Anne-Laure MondesertFRANCE PRESSE


“A França não pode ficar passiva assistindo a cena midiática-culinária internacional”, diz Alain Ducasse. FOTO: Charles Platiau/ReutersFoto:

Será lançado no dia 17, quinta-feira, o Mille Tables d’Exception, a resposta francesa à lista 50Best da revista inglesa Restaurant – ranking que elege anualmente os melhores restaurantes do mundo.

Reunindo restaurantes de cerca de 40 países, a lista tem Japão, França e Estados Unidos como os mais bem representados. Há grande sigilo em torno da publicação, mas já foi adiantado que, dos mil restaurantes selecionados, mais de 120 são japoneses, 117 são franceses e 115 são norte-americanos. China, Espanha, Alemanha e Itália têm pouco mais de 50 cada um. Entre os 100 melhores, há mais de 25 casas francesas.

A iniciativa de propor uma resposta vem do fato de a lista inglesa, a 50Best, ter apenas cinco restaurantes franceses ranqueados, nenhum deles entre os 10 melhores – o mais bem posicionado é o Mirazur, na Riviera Francesa, comandado pelo chef argentino Marco Colagreco – ele está na 11ª posição e tem duas estrelas Michelin.

“A França não pode ficar passiva assistindo a cena midiática-culinária internacional”, diz Alain Ducasse. FOTO: Charles Platiau/Reuters 

O guia será lançado na próxima quinta-feira na sede do Ministério de Relações Exteriores da França, em Paris. Proposto pelo Conselho de Promoção do Turismo Francês, o guia tem o apoio de dezenas de empresas, como Moët Hennessy e Nestlé. Na França, orgulhosa de sua gastronomia – tombada como patrimônio mundial intangível pela Unesco –, o ranking 50Best é criticado por sua metodologia. É considerado pouco transparente e denunciado como instrumento de menosprezo do que é francês.

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“Vivemos uma época em que as pessoas gostam de rankings”, diz o embaixador Philippe Faure, que é presidente do órgão de promoção turística Atout France, além de ser o porta-voz da iniciativa. A lista francesa foi feita a partir da compilação e equalização das notas atribuídas a milhares de restaurantes por cerca de 200 guias gastronômicos (como Michelin, Gault&Millau e Zagat), sites de resenhas colaborativos (TripAdvisor, Open Table), listas (incluindo o 50Best) e críticas da imprensa especializada.

“Não vejo sentido em ter mais um guia para dizer qual restaurante é melhor do que o outro. Não existe um melhor, apenas são cozinhas diferentes”, diz Marco Colagreco. FOTO: Divulgação 

Os resultados foram consolidados e, em seguida, ponderados a partir da consulta a mais de 3.000 chefs do mundo, além de um grupo de jornalistas internacionais e um grupo de especialistas em gastronomia. Os critérios de avaliação utilizados foram qualidade da comida, hospitalidade, presteza do serviço, ambiente e adega.

Os divulgadores da lista francesa dos melhores do mundo recusam qualquer tipo de “gastronacionalismo”. “Cento e dezessete mesas francesas em uma lista com mil… não dá para acusar essa compilação de ser tendenciosa!”, defende Faure.

>> Veja a íntegra da edição de 10/12/2015

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