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Por Estadão
Atualização:

O governo cubano anunciou nesta quarta-feira a liberação para a compra e venda de automóveis na ilha. A medida, inédita desde a revolução de 1959, faz parte da série de reformas propostas por Raúl Castro em agosto do ano passado para tirar a economia do país do abismo. Entre elas também se destacam o corte de cerca de 500 mil funcionários do setor público, que poderão formar cooperativas privadas, ainda que pagando pesados impostos ao Estado.

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Essas reformas sinalizam sem dúvida uma mudança, mesmo com a firme defesa feita por Raúl do caráter socialista do Estado e da Revolução, feita durante o VI Congresso do Partido Comunista, em abril. Avanços políticos, como realização de eleições, fim da censura e da perseguição a dissidentes, como também mostrou o Congresso,ainda estão distantes do paranorama político cubano.

Nos EUA, que há 51 anos mantêm um embargo econômico ao regime, criticado pela maioria dos países latino-americanos, a questão cubana voltou a ser abordada hojepelo presidente Barack Obama. O democrata, que no início do mandato revertera uma proibição de Bush a viagens e ao envio de remessas de cubanos para a ilha, praticamente ignorou o país nos últimos dois anos.

Agora, a pouco mais de um ano das eleições, o presidente começa a se lembrar dos eleitores hispânicos, que em 2008, eles foram um componente importante de sua vitória. Ele teve o dobro de votos que seu concorrente, John McCain, levado em conta apenas o voto latino. Hoje, segundo o instituto Gallup, a aprovação de Obama nesse segmento da população, que já foi de 80%, é de 48%.

Na Flórida, um dos "swing states" (estados que podem definir a eleição no colégio eleitoral e cujos eleitores oscilam entre o candidato democrata e republicano), há muitos latinos de origem cubana, a grossa maioria identificada com o anticastrismo e com os republicanos.

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Não foi a toa que logo após o anúncio da venda de automóveis na ilha, o presidente americano declarou que chegara a hora de algo acontecer em Cuba.  "Não há um verdadeiro espírito de transformação que nos anime a retirar o embargo", disse. "Mas, se virmos sinais positivos, responderemos positivamente."

Se Obama seguir a mesma lógica que adotou nas discussões sobre declaração de independência palestina na ONU, quando fez um discurso bem próximo de Israel, que agradou ao eleitorado judeu americano, o embargo continua longe de terminar.

 

ps: entre as férias e uma entorse no tornozelo que me afastou do trabalho, fiquei um tempo sem postar aqui. Aos poucos, vamos retornando à programação normal.

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