Ex-presidente da Colômbia vira tema de campanha na Venezuela

O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe tornou-se um dos protagonistas da disputa eleitoral na Venezuela. Após ter declarado apoio ao candidato da oposição à presidência Henrique Capriles e de ter chamado o presidente Hugo Chávez - seu desafeto notório- de assassino, o colombiano viu seu  respaldo ser indiretamente rechaçado pelo opositor.

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Por Redação
Atualização:

 

Capriles vinculou as declarações de Uribe à disputa política interna na Colômbia entre ele e o presidente Juan Manuel Santos. "Digo ao presidente Uribe, como ao presidente Santos, como a qualquer outro chefe de Estado: 'Não se meta no processo eleitoral da Venezuela!', discursou Capriles no final da noite de segunda-feira em um ato de campanha em Libertador, na Grande Caracas. "Os venezuelanos vão resolver seus problemas e não queremos interferência de nenhum país. Nem da Colômbia, nem de Cuba."

 

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No final da noite de domingo, Uribe postara uma série de mensagens no Twitter em defesa da candidatura de Capriles. Nelas, chamou Chávez de assassino, o acusou de abrigar terroristas das Farc e de ser o responsável pela morte de 19 mil venezuelanos por ano, vítimas da violência urbana. Ele ainda chamou a Venezuela de "paraíso do narcotráfico". As declarações foram feitas após uma visita de Capriles à Colômbia.

 

Os chavistas aproveitaram para colar a imagem do ex-líder colombiano à oposição venezuelana e vinculá-lo a grupos paramilitares que atuavam no país vizinho e ao narcotráfico. "Apareceu outro vende-pátria na campanha dos majunches( medíocres, apelido criado por Chávez para Capriles): Alvaro Uribe Velez, narcoparamilitar e assassino", disse na terça o chefe da campanha de Chávez à presidência, Jorge Rodríguez, em comício no Estado de Carabobo.

 

O ministro de Comunicação de Chávez, Andrés Izarra, usou a mesma ferramenta de Uribe para ironizá-lo. "A U da MUD (Mesa de Unidade Democrática, a coalizão opositora) é de Uribe? É uma dúvida que tenho", escreveu em sua conta no Twitter.

 

Chávez e Uribe tiveram um relacionamento de altos e baixos entre 2002 e 2010. O venezuelano chegou a intermediar negociações para a libertação de reféns da Farc em 2007. Em junho de 2010, os dois romperam relações diplomáticos após Uribe acusar Chávez na OEA de abrigar s Farc.Coube a Santos retomar as relações com a Venezuela. Normalizada, a parceria levou à captura de alguns terroristas das Farc em território venezuelano.

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