Aqui em Buenos Aires, a coleta de lixo é ruim. Os garis trabalham sem luva e parte do lixo permanece nas calçadas após a passagem do caminhão de coleta. Só não é pior, dizem, porque os porteiros mantêm as calçadas limpos e catadores recolhem parte do lixo que sobra. Há mendigos e moradores de rua. Ao lado do hotel, um dormia ao relento.
No metrô, os trens são parecidos com os mais novos que começaram a circular nas linhas de São Paulo. A disposição dos assentos, por exemplo, é igual. As estações, no entanto, são mais velhas e mais sujas do que na capital paulista.
No retorno de Palermo para o centro pela linha verde do metrô, vi um menino entrar no vagão. Seus tênis eram velhos e rasgados, assim como a bermuda jeans e a camiseta. Tirou da mochila quatro ou cinco bolas de borracha e três garrafas d'água meio cheias. Como no Brasil, começou a pedir esmola e falava num ritmo similar ao dos vendores que sobem nos ônibus de São Paulo (boanoitesenhorespassageiros... desculpeincomodaraviagemdossenhorespassageiros....)
Ele começou a fazer malabarismos, primeiro com as bolinhas depois com as garrafas, como alguns pedintes fazem nos sinais brasileiros. Como no Brasil, poucos o ajudaram com dinheiro. A diferença? Pediu aplausos e foi atendido.