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O seu próximo emprego pode estar aqui

A serviço da autoridade monetária: como é o trabalho no BC e o que estudar

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Por Hugo Passarelli
Atualização:

O salário inicial impressiona: chega a quase R$ 15 mil no cargo de procurador. Mas optar por uma carreira no Banco Central significa enfrentar uma concorrência forte. Por isso, o recado é um só para quem está de olho no concurso programado para este ano: começar a estudar já.

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Como em qualquer outro emprego público, trabalhar no BC é um projeto de longo prazo. "Há pessoas que já chegam 'prontas' e logo evoluem na carreira. Mas é um projeto para 30 anos ou mais. Não dá pra chegar e querer ser chefe em três anos", afirma Nilvanete Ferreira da Costa, chefe do departamento de gestão de pessoas do BC.

O emprego na autoridade monetária possui basicamente duas carreiras: a de procurador e a de especialista, dividida entre os cargos de técnico e analista. "O cargo de analista é generalista e se destina a cumprir todas as atividades que são atribuições da BC, como gestão patrimonial, política monetária e econômica, regulação do sistema financeiro, entre outros", diz Nilvanete. Já o técnico, conta, está ligado principalmente às áreas administrativa (em atividades complementares à do analista) e de segurança (relacionadas com a guarda e proteção de autoridades, por exemplo). "O técnico da área administrativa faz a parte operacional, como coleta de dados. Ele não toma decisões, que é uma parte importante do papel de analista", afirma.

O cargo do procurador, por fim, está mais próximo do exercício corriqueiro da advocacia, de assessoramento jurídico da autoridade monetária, afirma Nilvanete (veja os salários abaixo).

Atualmente, a autoridade monetária tem 4.350 funcionários, o que resulta em um déficit de cerca de 2 mil empregados, se considerado o teto fixado em lei. A autoridade aguarda autorização do Ministério do Planejamento para realizar um novo concurso. O pedido para selecionar até 1.850 funcionários foi realizado em setembro de 2012 e a expectativa é aplicar o certame ainda neste ano. "Acho que a gente nunca esteve com quadro de funcionários tão reduzido como está agora. Estamos, talvez, em um patamar de meados da década de 1970", diz Nilvanete.

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A prova. Segundo José Wilson Granjeiro, presidente do curso preparatório Gran Concursos, uma das características da prova costuma ser a interdisciplinariedade, favorecendo o raciocínio em detrimento da "decoreba". "É uma das provas mais difíceis dos concursos públicos. Para mim, só não é mais difícil que a do Tribunal de Contas da União", diz. Ele cita que a concorrência é acirrada porque a carreira costuma atrair candidatos com forte formação em exatas, como economistas, engenheiros, matemáticos e estatísticos.

Ele acredita que o próximo edital deve manter 90% dos conteúdos já pedidos na última seleção, realizada em 2009. Para quem quer estudar por conta própria, uma boa dica pode ser começar abordando os conteúdos já cobrados. No site do BC é possível encontrar os editais antigos e levantar os conteúdos que provavelmente se repetirão (acesse: http://www.bcb.gov.br/?CONCURSOS).

Depois da aprovação, dosar as expectativas é outra recomendação fundamental, uma vez que o BC decide que cargo cada candidato irá ocupar.  "O candidato é alocado em grupos e departamentos, com atividades correlacionadas com a sua área de conhecimento. Naturalmente não dá para fazer um concurso e colocar todos para formular política monetária. Então, a gente tem lidar com algumas expectativas frustradas, eventualmente o aprovado tem de fazer tarefas que não são das mais complexas", diz.

"O trabalho é muito variado. Um mestre em economia pode ficar frustrado porque vai acabar preenchendo tabelas o dia todo", afirma Aparecido Francisco de Sales, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central.

Quanto paga o Banco Central

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Técnico: R$ 4.917 (inicial)

Analista: R$ 12.960 (inicial)

Procurador: R$ 14.970 (inicial)

Qualificação

Técnico - Ensino Médio

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Analista - Ensino Superior em qualquer área

Procurador - Ensino Superior em Direito

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