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Videogames de A(tari) a Z(elda)

Os futuristas estão chegando

Por João Coscelli
Atualização:

Realidade virtual é a tendência da vez no mundo dos videogames. Depois dos controles de movimento e do Kinect, os esforços de inovação dessa área estão concentrados em fazer o jogador se sentir dentro do game.

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As notícias são animadoras e, se depender do discurso das empresas por trás dos dispositivos de realidade virtual, esses aparelhos estarão nas nossas casas em pouco tempo. Pode parecer papo furado, mas é a primeira vez que a indústria de fato vê empresas completamente dedicadas a isso e com condições de fazer a realidade virtual se tornar, bem, realidade mesmo.

Projeto Morpheus...

Durante a Game Developers Conference (GDC), na semana passada, a Sony revelou estar trabalhando em seu próprio dispositivo de realidade virtual, inicialmente chamado de Projeto Morpheus (que a empresa fez questão de esclarecer ser uma referência ao deus grego dos sonhos, não ao personagem interpretado por Lawrence Fishburn na trilogia Matrix). Trata-se de um óculos, e não um controle, com sistema de som e tudo mais, como se não houvesse distância ou tela entre o game e o jogador, que se sentiria o próprio personagem. "Nada eleva o nível de imersão tanto quanto a realidade virtual", disse Shuhei Yoshida, presidente do Worldwide Studios, braço de desenvolvimento de games da Sony.

Não há muitas informações sobre o Morpheus até agora. É apenas um protótipo que pode ser testado na GDC. Mas a Sony tem experiência com esse tipo de tecnologia em outros segmentos (como o de televisores) e isso pode ajudar no desenvolvimento de um aparelho de realidade virtual para a família PlayStation. O caminho, pelo menos, parece certo: Richard Marks, um dos engenheiros de pesquisa e desenvolvimento da empresa, disse que o foco é fazer algo que seja simples de usar, pois se não for, os jogadores os descartarão.

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...e a concorrência

Agora que a Sony revelou seu projeto, a Microsoft deve correr atrás. Mas não somente para não ficar atrasada, e sim porque também estava desenvolvendo seu próprio dispositivo, embora ainda não haja confirmações. A expectativa é que o anúncio da concorrente acelere os planos e a Microsoft revele seu dispositivo até o final do ano.

A empresa, inclusive, já está trabalhando nisso há algum tempo. Seria um dispositivo parecido com o Google Glass, que trabalha com realidade virtual e realidade aumentada e seria usado em conjunto com o Kinect. Fontes da Microsoft confirmaram ao The Wall Street Journal que o projeto está em andamento e que vai criar "uma série de experiências exclusivas para os produtos Xbox". Pelo menos por enquantom porém, não há nada de concreto sobre o caso, exceto o registro de uma patente feita pela Microsoft sobre óculos pelo qual é possível convidar jogadores e jogar. Sugestivo.

Os especialistas

Por incrível que pareça, Sony e Microsoft, por mais dinheiro e tecnologia que tenham, estão atrás nessa corrida. Quem lidera são empresas especializadas em realidade virtual que já estão com produtos quase finalizados e prontos para serem lançados no mercado.

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O Oculus Rift (cuja empresa produtora foi comprada pelo Facebook nesta terça-feira, 25, por US$ 2 bilhões) foi um dos primeiros a trazer o buzz da realidade virtual ao apresenta algo palpável e em ação. A proposta é semelhante à que a Sony apresentou, com o porém de que está sendo desenvolvida há muito mais tempo e já foi usada até em demonstrações, além de ter duas versões de kits de desenolvimento na mãos dos game designers.

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Por enquanto, ainda não há previsão para que a versão comercial finalmente chegue ao mercado, embora o site do produto já o coloque em pré-venda. Em um comunicado recente, a empresa se disse imersa no desenvolvimento do Rift e que continua aprimorando-o em aspectos como conforto, resolução, ergonomia, software e outros. O melhor de tudo, porém, é que a Oculus garantiu que o dispositivo vai chegar ao mercado a um preço acessível, ao menos se comparado a outros produtos da indústria dos games.

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Mas o Oculus Rift é só o headset. Há quem esteja olhando para a realidade virtual de outra perspectiva, como o pessoal do Virtuix Omni, autointitulado "a primeira interface virtual para se mover livre e naturalmente em seu jogo favorito". Em bom português, é uma plataforma com uma esteira que, de fato, acompanha os passos do jogador. Eles defendem que a verdadeira realidade virtual não pode ser experimentada com o jogador sentado e que o Omni vai poder ser usado para outros fins além dos games, como treinamento, turismo e até exercícios físicos.

Também não há previsão de lançamento da versão comercial, mas o produto, fruto do Kickstarter, também está em pré-venda por U$ 499. O dispositivoé compatível apenas com PCs e necessita de um headset de realidade virtual, como o Oculus Rift, para ter todo seu potencial explorado.

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Nesse mesmo sentido está indo o Cyberith Virtualizer, outra esteira que dá ao jogador liberdade de movimento. O dispositivo, desenvolvido "com o objetivo de otimizar a impressão realista de jogos em primeira pessoa" e de "tirar o jogador de sua cadeira e o colocar em ação", ainda está em desenvolvimento e também faz uso de outros dispositivos, como controles de movimento e headsets de realidade virtual. A Cyberith planeja colocá-lo no mercado no final deste ano.

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Cada qual com sua tecnologia e especialidade, esses são os dispositivos que prometem nos trazer o futuro dos games. Se vão se popularizar, é uma equação que envolve muitas variáveis como custo, acessibilidade, compatibilidade e várias outras. Mas que a indústria está se beneficiando muito com tanta inovação envolvida, disso não há dúvidas.

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