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Videogames de A(tari) a Z(elda)

O fim da Nintendo Power

Capa da primeira edição da revista

Por João Coscelli
Atualização:

A Nintendo Power, revista oficial da fabricante de videogames nos Estados Unidos, está com os dias contados. Após 24 anos circulando entre os fãs de Mario e companhia, a publicação será descontinuada.

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O caso é simples: a Nintendo se mostrou desinteressada em renovar o contrato com a Future Publishing, editora responsável pela revista, e também não quis assumir a publicação diretamente.

Fontes ligadas à Nintendo Power disseram ao site Ars Technica que "era difícil de trabalhar com a empresa" e que também não houve interesse em "projetos digitais que a Future via como necessários para a continuação a longo prazo da marca".

O editor da Nintendo Power, Phil Theobald, confirmou em seu Twitter o fechamento da publicação. A redação foi informada na semana passada e repórteres, revisores e editores devem passar a integrar as equipes de outras publicações da editora, entre elas Edge, PC Gamer e as revistas oficiais do Xbox e do Playstation - todas de grande importância para o mercado gamer.

A circulação média da Nintendo Power era atualmente de 475 mil exemplares por mês. Não é um total gigantesco, mas ainda assim bastante expressivo para uma revista de videogames no maior mercado consumidor de jogos do mundo. A questão é que já há uma década a principal fonte de informação dos jogadores está na internet. Sites com guias em vídeos, podcasts, trailers dos lançamentos são uma mídia mais apropriada para tratar de um assunto tecnológico. Os leitores migraram.

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Mas a comoção existe pelo valor sentimental das páginas sempre cheias de Zelda, Mario e Donkey Kong. A publicação evoluiu não só com a marca, mas junto com a indústria dos games. Seu DNA é o informe enviado aos sócios do então Super Mario Club, resultado do sucesso estrondoso que Super Mario Bros fez ao invadir as residências norte-americanas dois anos antes. A Nintendo Power cresceu e amadureceu com a geração que a absorveu e seu dia-a-dia.

Foi a primeira grande revista completamente dedicada a games. Inspirou irmãs caçulas no Brasil (Nintendo World), na Grã-Bretanha (Nintendo Official Magazine e Nintendo Gamer), no México (Club Nintendo). Foram 281 edições publicadas, trazendo furos, guias e peças de fan art.

O fim da Nintendo Power não é somente o fim de uma revista. Acaba com ela um capítulo importantíssimo da história e da cultura dos videogames, pelo menos nos Estados Unidos.

Comercial da revista nos Estados Unidos

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