A UNE diz que "o uso da força e da truculência não é a melhor forma de agir frente ao debate". Ora, quem usou a força e a truculência, em primeiro lugar, foram os estudantes. Invasão de prédio público é, sob qualquer ponto de vista, uma atitude violenta. Na novilíngua revolucionária da liderança desses estudantes, porém, trata-se de exercício de "autonomia universitária" e de "liberdade histórica garantida aos estudantes para se organizarem e defenderem seus princípios na busca por uma educação mais igualitária e pela justiça social em nosso país".
Segundo essa visão, a PM, ao cumprir a lei e desocupar o prédio, prendendo os estudantes que desafiaram uma decisão judicial, na verdade cometeu crime. E os estudantes que querem apenas ter aula e que defendem a presença da PM na USP são "direitistas reacionários". É uma inversão de valores inacreditável. Não é assim que se exercita democracia. Pelo contrário: ao embaralhar valores e estigmatizar violentamente a opinião que lhe é contrária, a liderança dos estudantes ora em greve repete o script de todos os movimentos que um dia almejaram o poder totalitário.
Por sorte, eles são minoria.