O mundo maravilhoso de Kim Jong-il

Entrevistas da Anistia Internacional com cerca de 40 norte-coreanos que fugiram nos últimos seis meses mostra um cenário de horror na Coreia do Norte. Há relatos de amputações e outras cirurgias sem anestesia, além da falta de material hospitalar esterilizado e limpo, como seringas e lençóis.

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Um jovem conta como teve a perna amputada sem anestesia depois de um acidente de trem: "Cinco enfermeiros seguraram minhas pernas e meus braços para evitar que eu me mexesse. Eu estava com tanta dor que acabei desmaiando".

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Uma mulher de 56 anos relata como teve seu apêndice removido também sem anestesia, que estava em falta no hospital: "A operação levou cerca de uma hora e dez minutos. Eu gritava tanto por causa da dor, pensei que fosse morrer. Eles haviam amarrado minhas mãos e meus pés para evitar que eu me movesse".

A ditadura norte-coreana se orgulha de dizer que fornece saúde de graça para toda a população. Mas, a julgar pelo relatório da Anistia, essa é mais uma entre tantas mentiras do regime. Um jovem de 19 anos conta: "Na Coreia do Norte, quem não tem dinheiro não recebe tratamento médico adequado. Médicos e enfermeiras tratam melhor quem lhes dá garrafas de bebida ou cigarros".

Enquanto isso, o governo de Kim Jong-il, chamado de "Querido Líder", empenha-se em construir um arsenal nuclear e em matar os norte-coreanos de fome, em franco desafio à comunidade internacional. Apenas uns poucos países não se constrangem em ter "relações normais" com a Coreia do Norte. O Brasil é um deles.

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