Segundo o texto, havia, na época, uma competição para saber que companhia de navegação tinha os navios mais rápidos. Não fosse por essa motivação, o Titanic não teria se deslocado tão velozmente nem teria escolhido um "atalho" - uma região coalhada de icebergs - para chegar a Nova York algumas horas antes do previsto.
O pior, porém, diz o articulista, é que o capitão do Titanic sabia dos riscos, mas resolveu encará-los assim mesmo, para cumprir sua única tarefa: "Velocidade, velocidade, velocidade! Pressa! Pressa! Pressa!".
A vida sob o capitalismo emula essa competição, lamenta o texto. "Tempo é dinheiro. E dinheiro é tudo. Aparentemente, economizar tempo é mais importante que salvar vidas." A ironia é que, se o Titanic era um "paraíso flutuante", como se dizia dele, então não havia nenhum motivo para ter pressa. Mas, para o articulista, a propaganda mal escondia o único objetivo do navio: obter tanto lucro quanto possível. O Titanic resultou de um grande investimento, e quanto mais rápido ele chegasse a seu destino, mais lucrativo ele seria. "A vida das pessoas e sua felicidade são os meios para os fins, que são os lucros."
O texto termina com uma reflexão sobre os limites do capitalismo de então: "O Titanic é um símbolo para toda a humanidade. Somos todos passageiros".