Para Sarah, o fato de Israel garantir direitos aos gays não significa nada diante de seu comportamento em relação aos palestinos. Ela parece ignorar que a garantia dos direitos dos gays é sobretudo sintomática do saudável sistema democrático de Israel e que isso deve, sim, ser motivo de orgulho quando o país é comparado a seus vizinhos homofóbicos. Mas a professora consegue inverter tudo, até o ponto de considerar que os gays brancos israelenses, satisfeitos com sua situação confortável, estão sendo "cooptados" para a causa anti-islâmica da direita. Ela desconsidera a hipótese, de resto bastante plausível, de que os gays estejam criticando as nações islâmicas por causa da perseguição sistemática aos homossexuais.
No limite, pode-se interpretar seu "raciocínio" da seguinte maneira: para ela, Israel apenas "finge" defender as minorias com o objetivo de esconder sua verdadeira natureza - a de um país racista e islamofóbico. Como vários de seus colegas de esquerda, Sarah Schulman é incapaz de ver as diferenças reais entre Israel e seus vizinhos justamente naquilo que deveria ser mais caro aos progressistas, isto é, a proteção das minorias. As tiranias do Oriente Médio, que perseguem lésbicas como Sarah Schulman, agradecem.