"O que você acha da imprensa?"
Estávamos ontem no fim da MARCHA DA LIBERDAD?E.
Depois de 2 horas concentrados no MASP e caminharmos pela AV. PAULISTA.
Descíamos a CONSOLAÇÃO, escoltados pela polícia.
Numa negociação tensa.
Mais uma vez, algum juiz do TJ proibira a manifestação.
Que deu num confronto policial insano semana antes.
Que só deu gás para a nova manifestação espontânea - não há 1 partido apenas ou 1 grupo por trás, mas diversas correntes e gente sem filiação.
Que se antes era a MARCHA DA MACONHA, agora era a da LIBERDADE.
Éramos uns 5 mil.
Muitos fotógrafos, repórteres, com seus gravadores, bloquinhos ou câmeras.
Dei mais entrevistas para blogs do que para a chamada "imprensa oficial".
Sem contar que dei entrevistas para anônimos que poderão ser feiçadas ou iutubadas.
Encontrei muitos amigos da imprensa.
Ex-colegas e colegas atuais.
Trabalhavam e marchavam pela LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
Tenho amigos nas chefias e secretarias das redações de revistas, jornais e TVs.
Amigos de infância, de faculdade, de boemia...
Tenho até 1 amigo dono de jornal.
A imprensa somos nós, pensei.
"Não existe 'a' imprensa. Existe de tudo. Não é um ser uniforme, mas pluralista. Existe a imprensa boa e ruim", respondi.
E me lembrei das intermináveis discussões sobre o PIG [Partido da Imprensa Golpista].
Por ter trabalhado na VEJA nos anos 80, na FOLHA nos 90 até 2003, e agora no ESTADÃO, sou para a família e amigos um expoente do PIG.
Que deturpa informações para seguir a sua aliança satânica com o Império de Mal.
Um piguista.
Cansei de defender o colega que não é petista ou tucano, mas um cara que comete erros como todos e bebe cerveja comigo na Vila Mada.
"Mas o que você acha de como a imprensa tem tratado as manifestações dos jovens?", replicou o garoto.
Comecei a entender o que ele queria dizer.
A matéria do JORNAL NACIONAL sobre a porradaria da última Marcha foi medonha.
Dizia o repórter: "A polícia teve de reagir com bombas e balas de borracha à provocação dos jovens..."
Sem perceber [ou ideologicamente pronta para desconsiderar] a desproporção da ação, a EMISSORA, sempre ela, repetia os mesmos erros da cobertura das DIRETAS JÁ e IMPEACHMENT DO COLLOR.
Não aprendera nada nesses anos ou foi um deslize?
Não à toa, na PAULISTA, minutos antes, manifestantes gritaram: "Globo, vai tomar no ##!"
Aliás, o único incidente da passeata foi quando um anarquista bêbado chutou o carro da emissora.
Lembrava o velho "o povo não é bobo, abaixo a rede Globo", dos anos 70, 80.
Achei que a geração que entoa "sai do chão quem não é polícia", e sai pulando como pipoca durante as passeatas, fosse mais tolerante com a emissora do que a minha.
Então, falei a frase que talvez explique o fenômeno do novo século, o das redes sociais, que balançam os poderes de ditaduras árabes e países europeus sem o disparo de mísseis-, e podem mudar as forças de produção da informação, democratizar a notícia, lembrando que tal Marcha, como a Manifestação da Gente Diferenciadas em Higienópolis semanas antes, foi agendada pelo Face e Twitter:
"A imprensa agora são vocês."
A revolução será feiçada e tuitada.
Organizada por esta molecada aí:
Com anarquia e gozação [inspirados num episódio de South Park]:
Com apoio dos SKINHEADS do bem e anti-racistas:
Com flores e poesia:
Bandiera rossa:
Apesar da polícia usar a mesma tática da época da DITADURA e cercar para constranger, quando proclama "defender" [é preciso atravessar o cordão de tiras para entrar na manifestação, como nos anos 70]:
Sendo que alguns deles estão nos filmando, para identificar os terroristas perigosos perturbadores da paz:
Mas a foto do MARCOS ALVES/ O GLOBO prova que não são eles quem manda bater: