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Nas mãos do PSB, o futuro da eleição

Partido tem dez dias para decidir se desiste de candidatura ou se lança outro nome na disputa

Por Marcelo de Moraes
Atualização:

O inesperado e chocante desaparecimento do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto num acidente de avião, produz a maior reviravolta na campanha presidencial. Devastados pelo luto da perda do seu presidente nacional e líder, seus companheiros do PSB terão agora o prazo legal de dez dias para decidir se lançarão um candidato substituto ou se simplesmente jogarão a toalha e desistem da disputa. Qualquer decisão que tomem pesará nos rumos da sucessão ao Palácio do Planalto. Nesse momento, é muito cedo para se calcular como o eleitor reagirá a uma mudança tão violenta na campanha. Mas algumas simulações são naturais. Se o PSB desistir de concorrer - situação perfeitamente normal diante do impacto da tragédia - a disputa tende a se polarizar entre a presidente Dilma Rousseff e o senador tucano Aécio Neves e pode ser decidida já no primeiro turno para algum dos dois lados. Se o PSB decidir seguir em frente, a opção natural é Marina Silva, candidata a vice e com potencial eleitoral para ameaçar os adversários. Embora sonhe em se eleger presidente, não se sabe se Marina aceitará participar da disputa nessas condições, com a dor da morte do companheiro de chapa. Se aceitar, representará um fato novo na disputa de repercussão ainda imprevisível. Na campanha de 2010, ela teve quase vinte milhões de votos. Outra imensa dificuldade para o PSB será se articular para produzir essas decisões em tão pouco tempo. Eduardo era líder absoluto no partido. Outros integrantes da direção nunca tiveram seu peso e, portanto, não possuem a legitimidade política suficiente para decidirem sozinhos por qual futuro o PSB se inclinará. O cavalo de pau que o destino deu na sucessão presidencial é de proporção incalculável. A eleição está, agora, em compasso de espera, aguardando pela decisão do PSB.

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