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Opinião|Curtas de Gramado

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

GRAMADO - Encerradas as apresentações dos 13 curtas em 35 mm, dá para dizer que o nível médio foi o melhor dos últimos anos, apesar de ter caído um pouco na última tarde de exibição. Tarde? Sim, os curtas passararam para o horário das 17h e as sessões têm estado lotadas, em especial por gente jovem. Isto é: a melhor platéia que um curta-metragista pode desejar.

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Na minha opinião, em meio a vários curtas muito bons, três destaques devem ser feitos: A Psicose de Valter, de Eduardo Kishimoto, Satori Uso, de Rodrigo Grota, e Alphaville 2007 d.C., de Paulinho Caruso. São três belos filmes. A Psicose de Valter, dissociando a narrativa e imagem e colocando em cena, de maneira a princípio indireta, um estranho personagem, mix de ator pornô e filósofo. Documentário e ficção se fundem. Alphaville estabelece um fértil diálogo com o filme homônimo de Jean-Luc Godard e com o cinema marginal brasileiro. Satori Uso é um interessante documentário fake sobre um poeta que nunca existiu, registrado por um cineasta imaginário.

Qualquer um dos três merece vencer o festival, mas confesso meu fraco por A Psicose de Valter. Uma qualidade comum: os três são surpreendentes, você não consegue adivinhar para onde caminham, o que é uma grande virtude no cinema contemporâneo, tão previsível.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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