Ambiente do Ema. Intimista como um bar, com cozinha caiçara. FOTO: J.F. Diório/Estadão
Gostei muito da casquinha de siri crocante (R$ 25), com crosta de flocos de arroz; do quibe cru de atum com coalhada de shoyu (R$ 28); da textura e das notas surpreendentes do ceviche de pinha (disponível só na degustação); do camarão na moranga com farofa de castanha de caju (R$ 66). Todos com sabores bem definidos, com apresentações atraentes ? e sem aspirações vanguardistas. Mas penso que itens como o polvo à vinagrete (R$ 28) e a costela assada (R$ 59) incorrem na mesma questão: valorizam mais o periférico do que o ingrediente principal. No caso do molusco, macio e delicado, os escassos pedaços quase se perdem entre tomates, ervas, chips; já a carne bovina, apetitosamente assada por oito horas, parece pouco íntima do purê de mandioquinha com romã. Como a casa abre de terça a quinta e só comporta 27 pessoas, o mais prudente é reservar com antecedência. E, para quem se acomodar perto da cozinha, é útil saber que a coifa não tem dado conta de todos os vapores e fumaças, com probabilidade de que você saia levando na roupa um pouco dos aromas do jantar. O próprio restaurante nem tem oferecido aos clientes o assento mais próximo da boqueta, ao menos enquanto o defeito não se resolver. Uma pena, pois, no que diz respeito ao cenário, aquele é o lugar mais bem situado. Nem acho que seja um problemão: entre a vista privilegiada e o risco da defumação, em minhas visitas optei pela primeira, sem traumas. Mas deixo registrado o aviso.
Por que este restaurante?
Pela cozinha de inspiração brasileira/caiçara, moderna, sem pirotecnias.
Vale?
À la carte, da entrada à sobremesa, gastam-se entre R$ 100 e R$ 150 por pessoa, sem bebidas. Com mais tempo e apetite, melhor pedir a degustação (R$ 148), que abarca itens do próprio cardápio. Vale experimentar.
SERVIÇO - Ema
R. da Consolação, 2.902, Jd. Paulista Tel.: 98232-7677 Horário de funcionamento: 20h/0h (só funciona de 3ª a 5ª) Cc.: todos