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Espanha no Largo da Batata

O que mais chama a atenção no primeiro contato com o Viver España não é a simplicidade do restaurante, instalado na Rua dos Pinheiros, a duas quadras do Largo da Batata. A casa tem jeito de lanchonete, de comedor popular, mas a questão é mais o ambiente: lembra uma agência de viagens, com muitos pôsteres e quadros temáticos cobrindo as paredes, destacando atrações da Catalunha, da Andaluzia... Assim que você se acostuma com tanta informação visual, entretanto, vai se dando conta de que comida é bem feita e o serviço, cuidadoso.

Autêntico. Polvo à feira, do Viver España, não exagera na páprica. FOTO: Alex Silva/Estadão

  O lugar abriu há cinco meses, sob o comando de dois sócios, de Valência. Francisco Martínez controla o salão: recebe os visitantes, orienta os pedidos, serve as bebidas, faz a cobrança, com sotaque carregado e o apoio de duas expeditas garçonetes. Pedro Soriano é o mestre-cuca, auxiliado apenas pelo cozinheiro brasileiro Rodrigo Belém. Seu cardápio contempla pratos triviais e itens clássicos, num receituário que talvez soe genericamente espanhol, com paella, zarzuela, pil pil e uma ou outra sugestão mais típica. O que impressiona, contudo, é a autenticidade nos temperos, na expressão de sabor. Eu poderia aqui sugerir algumas pedidas, propor arranjos entre tapas, entradas, pratos. Contudo, depois de algumas visitas, defendo que um repasto no Viver España precisa começar com o gazpacho (R$ 11), um dos mais fidedignos da cidade, e terminar com a torta de santiago (R$ 12), à base de amêndoas, sempre fresca. Isso posto, as combinações possíveis para o que se encaixa entre a entrada e a sobremesa podem variar. Exemplos? Para picar, como dizem os espanhóis, gostei bastante do trio de croquetes (R$ 20), particularmente do de espinafre com nozes (os outros dois são de carne e jamón) e das batatas-bravas (R$ 19), crocantes e bem condimentadas. Também me diverti com a tortilha de batatas (R$ 15), servida com pão com tomate. E esperava mais do esgarraet (R$ 12), salada valenciana de bacalhau e tomate, com menos alho do que o ideal. Entre os pratos, recomendo a tortilha de bacalhau (R$ 21), especialidade pouco praticada por aqui; a lula na chapa (R$ 27,50), marcada por fora e quase crua internamente, com um toque de salsa verde; e o polvo à feira (R$ 57,50), sem exageros de páprica, cujo único senão é a desproporção entre a quantidade do molusco (macio e pouco) e da batata (al dente e abundante). No que se refere à paella de frutos do mar, é importante avisar que existe uma diferença entre a opção que integra o menu executivo de almoço e a do cardápio: à la carte (R$ 48), ela demora quase uma hora para chegar e é mais caprichada, com arroz sênia importado, polvo, lula, lagostim e mexilhões.

Por que este restaurante?

Pelos pratos espanhóis simples e de considerável autenticidade.

Vale?

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O almoço executivo, que inclui um pincho do dia, prato principal (que, não necessariamente, precisa ser de inspiração espanhola) e sobremesa ou café, sai por R$ 33. Pedindo pela carta, gasta-se entre R$ 50 e R$ 100 por uma refeição completa. A lista de vinhos é curta, mas o restaurante não cobra taxa de rolha. Vale.

SERVIÇO - Viver España

R. dos Pinheiros, 1.283, Pinheiros Tel.: 3032-3576. Horário de funcionamento: das 11h30 às 15h30 e das 18h30 às 23h. Às segundas, só almoços. Fecha aos domingos. Cc.: todos Estac.: não tem (nos arredores) Ciclofaixa: na própria R. dos Pinheiros. Metrô: Faria Lima

Veja a íntegra da edição do Paladar de 30/10/2014

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