Com um carro equilibrado, Massa é o mesmo de seus bons tempos

27/V/12 Livio Oricchio, de Mônaco

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Por liviooricchio
Atualização:

Amigos, esse é o texto de minha coluna na edição desta segunda-feira no Jornal da Tarde

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Carro. Essencialmente esse é o maior problema de Felipe Massa. A corrida de Mônaco ratificou o que sempre imaginei: Massa perdeu desempenho desde que passou a pilotar um carro com pouca aderência, desastroso para o seu estilo, independente da origem do desequilíbrio ser do chassi ou dos pneus. Nessa condição, o companheiro de equipe, o competente Fernando Alonso, se mostra bem mais eficiente.

Em Mônaco, a Ferrari F2012 surpreendentemente foi um carro equilibrado, veloz. Massa pôde frear quase dentro das curvas, virar o volante e ver a Ferrari responder, sem ter de digladiar. Quando tem de lutar com o carro, responde com bem menos capacidade de Alonso e entra numa espiral psicológica.

Nessa condição, ao parar nos boxes, olha primeiro o tempo de Alonso para depois ver o seu. E pior: traz para dentro de si aquele inconformismo que acaba por alimentar o ciclo que o fará, ao voltar à pista, produzir ainda menos.

Em Mônaco, Massa sabia que estava rápido. E se eventualmente Alonso fosse algo melhor, seria na casa de um décimo, o que aceitaria, sem comprometer a sequência do seu trabalho.

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Sábado de manhã, como sempre faço, fui assistir à sessão de treino livre da pista. Não há lugar como Mônaco. Ficamos do lado do guardrail. Meus locais favoritos são a chicane na saída do túnel, a curva da Tabacaria e o S de alta da Piscina.

Massa era um dos mais rápidos, tanto com os pneus supermacios como com os macios. Para apresentar aquela velocidade tinha, necessariamente, de ter enorme autoconfiança, por passar a milímetros do guardrail.

Possuía o carro nas mãos. Sua expressão era outra ao deixar o cockpit. No Q2, sábado, registrou o melhor tempo. Significativo.

Não hesito em acreditar que nos circuitos onde a Ferrari se mostrar eficiente como em Mônaco Massa será o mesmo piloto de desempenho bastante semelhante ao de Alonso, o que bem poucos são capazes.

Não existe conspiração na Ferrari contra ele, não há diferenças, na maior parte das vezes, de equipamento e seu acidente, na Hungria, não deixou sequelas, como tantos acreditam.

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Quase tudo se resume a dispor de um carro em que seu estilo polido se encaixa perfeitamente e não se deixar levar pelos resultados quase sempre excelentes de Alonso.

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