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MWC: Zuckerberg quer conectar populações pobres à internet

Na MWC 2014, criador do Facebook falou sobre o projeto Internet.org e garantiu que WhatsApp continuará "anônimo e privado"

Por Murilo Roncolato
Atualização:
 

“Uma das realidades econômicas mais injustas é a de que as pessoas mais ricas são as que já estão no Facebook”, diz Zuckerberg. FOTO: Reuters

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BARCELONA – O criador do Facebook, a maior rede social do mundo, subiu ao palco durante a Mobile World Congress, o evento mais importante do ano para toda a indústria de telecomunicações. Mark Zuckerberg pisou pela primeira vez na feira de Barcelona para dar mais detalhes sobre sua experiência com o Internet.org, projeto que visa permitir o acesso à internet por populações mais pobres e desprovidas de conexão. Como o assunto era quente, ele não escapou de ser questionado sobre o Whatsapp, o qual ele garante que continuará intocado.

Zuckerberg se mostra realizado com os testes feitos pela Internet.org. A organização fez uma parceria com uma das principais operadoras móvel das Filipinas – apontado como o país com a pior internet móvel do mundo –, a Globe, e tem tentado colocar em prática um sistema que permita que um usuário use serviços básicos de internet, sem necessariament ter que pagar por um plano de dados. Inicialmente, os serviços foram, convenientemente, o Facebook e o Messenger.

“Queríamos começar com algo que pudéssemos controlar”, disse. “Uma vez que criemos um modelo lucrativo e que funcione para a Globe e para os outros parceiros, acredito que será muito fácil resolver o problema de acrescentarmos outros serviços como de tempo ou de preços de comida, ou ainda o Wikipedia.”

Para o Facebook, o modelo funcionará mais como filantropia do que como fonte de lucros. Para as operadoras, o criador da rede social espera que o serviço se mostre rentável. Segundo ele, em três ou quatro meses de testes, o consumo de dados dobrou. A partir desses números, Zuckerberg acredita que poderão tornar o modelo “altamente lucrativo”.

 

Não foram poucos os visitantes da MWC 2014 que ficaram de fora da apresentação de Zuckerberg, a mais concorrida do evento até aqui. FOTO: Reuters

“Meu objetivo é mostrar que o modelo funciona, após testá-lo por um ano, e aí voltar aqui no próximo ano ou no seguinte e apresentá-lo como um modelo baseado em um método.”

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A questão mais óbvia era: “Por que o criador do Facebook agora quer conectar 1 bilhão de pessoas?”. De certa maneira, ele respondeu. “Uma das realidades econômicas mais injustas é a de que as pessoas mais ricas são as que já estão no Facebook”, diz. “Eu acredito nesse projeto porque foi por isso que comecei o Facebook. Quando o construí originalmente foi porque o queria ver em Harvard. Mas a visão era a de que algum dia eu pudesse conectar o mundo inteiro.”

“Podemos ajudar a conectar 1 bilhão de pessoas ou vamos ficar os próximos anos vendo o número de usuários chegar a 1,1 ou 1,2 bilhão? Claro que vamos conectar os 1 bilhão a mais”, finalizou.

Na parte final da sua fala, o criador do Facebook foi questionado sobre sua mais recente aquisição: o Whatsapp. Ele garantiu que o serviço continuará anônimo e não sofrerá mudanças. Inclusive ressaltou seus pontos que julga positivo: o fato de não armazenar conteúdo das conversas, o seu uso intenso pelos usuários (cerca de 70% deles o usam todos os dias).

“É o app com mais engajamento para aparelhos móveis que nós já vimos. Há muito poucos serviços que conseguem atingir seu nível, e eles são extremamente valiosos”, disse sobre a empresa que foi comprada por ele por US$ 19 bilhões.

Um das pessoas do público perguntou se Zuckerberg ainda estaria interessado em comprar o Snapchat, serviço de fotos que se deletam quase instantaneamente e para a qual teria feito uma proposta de US$ 3 bilhões, mas que foi recusada. “Não… Depois que se compra uma empresa por US$ 19 bilhões você deve ficar quieto por um tempo.”

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