Xoom e Atrix estarão à venda até o fim de abril

Tablet da Motorola, apresentado nesta terça, tem preço sugerido de R$ 1,9 mil - 200 reais mais caro do que o iPad

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Por Murilo Roncolato
Atualização:
 

A Motorola lançou nesta terça-feira, 12, seu tablet Xoom e o smartphone Atrix para o mercado brasileiro e demais países da América Latina. Os aparelhos, grande esperança da Motorola de confirmar sua recuperação no mercado, tiveram vendas abaixo das expectativas nos Estados Unidos, muito em função dos aparelhos Apple – iPad 2 e iPhone 4 –, dizem analistas. O presidente e CEO da Motorola, Sanjay Jha, veio ao Brasil para a ocasião e se declarou “feliz com as vendas” por lá e disse acreditar em uma boa recepção pelo mercado latino-americano.

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Para competir com a empresa de Steve Jobs, a Motorola construiu dois aparelhos com processadores potentes (dual-core, 2 Ghz no total) para garantir desempenho e permitir um bom uso do sistema operacional Android, o 2.2 no caso do Atrix e, pela primeira vez em um tablet, o Honeycomb, versão 3.0, para o Xoom. As demais características do hardware, a parte física das máquinas, são relativamente comuns: câmeras frontais e traseiras, bom espaço de armazenamento e telas com boas definições. A distinção, daqui para frente, se dará pelo conteúdo e não mais pelos aparelhos em si, aposta a Motorola. “Tablet não é um hardware, mas um ecossistema”, é o lema ditado pela empresa.

Para o lançamento, a Motorola anunciou parcerias com editoras como Abril e Saraiva, e empresas de entretenimento como a Gameloft. Além disso, a empresa acordou com o Facebook de fazer o anúncio do funcionamento total do Facebook Places (“Locais” aqui no Brasil), embutindo o aplicativo nos dois aparelhos anunciados.

 
 

Disponibilidade e preço. O Xoom e o Atrix têm previsão de chegada às lojas estimada para a última semana de abril. Os preços variam conforme as operadoras. A TIM venderá o smartphone por R$ 1.920, incluindo o “cardock” (acessório para visualizar o conteúdo do smartphone no carro). A Claro anunciou o Atrix a R$599 (com o plano pós “Sob Medida”) e R$1.999 (pré-pago); se incluso o acessório “lapdock”, uma “carcaça” de notebook à qual o smartphone se conecta e permite ser controlado por ele, os preços sobem para R$ 999 e R$2.699, respectivamente. Nenhuma operadora informou o preço do tablet e a Vivo não respondeu até o momento.

Nos EUA, para efeito de comparação, o Xoom é encontrado por US$ 599 (mesmo valor que o iPad 2 no país) e o Atrix por US$ 199 (mesmo valor que o iPhone 4). No Brasil, os produtos rivais como o iPad de primeira geração com conexão Wi-Fi e 32 GB sai por R$ 1.699, o Samsung Galaxy Tab por R$ 1.750 e o smartphone da Apple, iPhone 4, entre R$1.799 (com Infinity Pré da TIM) e R$2.469 (pré-pago Claro).

O preço tem sido uma dificuldade para os concorrentes competirem com o iPad. Além do poder da marca, a Apple colocou seus aparelhos nos diferentes mercados a preços bastante agressivos, o que dificulta para que outras empresas consigam criar seu próprio tablet e colocado no mercado a preços minimamente competitivos.

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A consultoria Pacific Crest disse ao blogueiro de tecnologia da Forbes, Eric Savitz, que os números das vendas do Xoom nos Estados Unidos foram “decepcionantes”. O CEO da Motorola, Sanjay Jha, quando perguntado sobre os maus resultados, disse que “todos têm opinião, mas só a Motorola tem os fatos”, e se declarou “muito feliz” com a recepção do produto no mercado estadunidense.

Para a América Latina, a empresa espera um acerto rápido das questões jurídicas envolvendo a tipificação de aparelhos tablets pelos órgãos reguladores tanto no Brasil quanto na Argentina. Além disso, há uma aposta forte na aprovação da emenda à MP 517, garantindo a isenção de PIS e Cofins de tablets, adicionando a categoria à Lei do Bem. Sergio Buniac, gerente da Motorola Mobility no Brasil, disse que o ministro Paulo Bernardo tem sido “bastante atencioso” e vem conversando com as empresas do setor. Buniac acredita que em no máximo 60 dias, a aprovação estará concluída no Congresso.

A Motorola segue em ritmos de crescimento desde 2008, quando Sanjay Jha assumiu como presidente e fechou uma parceria com o Google para inserir o sistema operacional Android em seus aparelhos. O software, assim como Jha fez questão de lembrar, é bem visto por agências de pesquisa como a Gartner, que prevê que o OS será o mais utilizado (48,8% do mercado) até 2015. A empresa aposta em mercados emergentes como China, México e Brasil para alavancar sua participação no mercado e reafirmar a marca entre consumidores.

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