PEQUIM – A maior fabricante chinesa de smartphones, a Xiaomi, informou nesta quinta-feira dados preliminares de vendas pela primeira vez mais baixos que os seis meses anteriores, colocando em perigo sua meta anual e indicando uma desaceleração em seu mercado doméstico.
A empresa disse ter vendido 34,7 milhões de aparelhos entre janeiro e junho, versus 35 milhões em julho e dezembro – a primeira queda sequencial desde que a companhia começou a divulgar números semestrais em 2013. Para 2015, pretende vender no mínimo 80 milhões de smartphones.
A Xiaomi tem aproveitado um rápido crescimento com seus aparelhos mais baratos, mas bem desenhados, que apresenta como alternativa aos iPhones da Apple. Isso fez com que os investidores avaliassem a companhia no ano passado em US$ 45 bilhões, tornando a companhia a startup mais valiosa da China.
Queda geral
O quadro da Xiaomi reflete o mercado de celulares de maneira mais ampla. Segundo dados da IDC, a previsão é de redução nas vendas de aparelhos móveis também no Brasil.
“Os smartphones não estão mais blindados em relação ao momento econômico que atravessa no Brasil”, disse a consultoria em nota, após reportar que as vendas desses aparelhos no País caíram 1% em abril e 16% em maio na comparação com os mesmos meses do ano passado. Segundo o levantamento, as vendas somaram 4,86 milhões de unidades em abril; e 3,89 milhões em maio.
Para o segundo trimestre, a previsão da IDC é de que as vendas caiam 12% na comparação com igual etapa de 2014. A previsão anterior era de avanço de pelo menos 5%. Em 2014, o mercado de smartphones cresceu cerca de 56%, para 54,5 milhões de unidades. Para este ano, o IDC agora prevê variação negativa, mas não detalhou percentual.
Abril e maio são meses historicamente positivos para o mercado de smartphones devido à proximidade de datas como Dia das Mães e Dia dos Namorados. No entanto, segundo o IDC, a alta do dólar gerou repasses de preços ao consumidor e os aparelhos intermediários ficaram de R$ 30 a R$ 60 mais caros, enquanto os tops de linha tiveram aumento de R$ 100 a R$ 200.
A consultoria citou também a redução do poder de consumo e de confiança do consumidor do brasileiro para o desempenho do mercado de smartphones no período.
/REUTERS