Viber cresce 60% no Brasil com estratégia agressiva

Empresa rival do Whatsapp manteve campanha de ligação gratuita para telefone fixo e móvel por nove semanas e conquistou seis milhões de usuários no Brasil

PUBLICIDADE

Por Murilo Roncolato
Atualização:

SÃO PAULO – O aplicativo de mensagens, ligações e vídeochamadas Viber assumiu uma postura agressiva desde que seu rival Whatsapp foi comprado pelo Facebook. Com escritório no Brasil desde janeiro, a startup escolheu o País para experimentar uma estratégia de marketing audaciosa, com o objetivo de ganhar o maior número de usuários possível, mantendo-se assim competitiva em um mercado dominado pelo Whatsapp. Deu certo. A iniciativa, centralizada no recurso Viber Out, se estendeu até esta semana (completando nove semanas ativa), e garantiu um aumento de 60% da sua base de usuários.

PUBLICIDADE

A ideia era simples e atraente: permitir que brasileiros fizessem ligações para telefone fixo pelo aplicativo sem cobrar nada. Lançada no dia 25 de fevereiro, a ação foi prorrogada e continuou ativa até o dia 17 de março. Semanas depois no mesmo mês, lançavam uma nova ação: ligações gratuitos para fixos e móveis nos Estados Unidos e Canadá.

Em números, o salto do número de usuários adquiridos foi de 10 milhões para 16 milhões. No mundo, a empresa chegou a algo próximo a 400 milhões. Em comparação, o Whatsapp conta com cerca de 500 milhões.

Para Luiz Felipe Barros, gerente do Viber no Brasil, a empresa sempre teve essa postura e continuará fazendo uso de estratégias dessa natureza, mas não confirma se do mesmo gênero, ou seja, custeando ligações para telefones móvel ou fixo. “Teremos ainda ao menos quatro anúncios para Brasil este ano, sendo que se referem a games e privacidade. Mas vamos pensar também em outros países com potencial semelhante ao do Brasil”, diz, lembrando de mercados como o do Vietnã, Filipinas, Índia, Inglaterra, Rússia e Japão, onde abriram escritório.

Segundo a empresa, foram mais de 40 milhões de ligações gratuitas e 170 milhões de minutos de ligação durante a ação. Além das ligações, o envio de mensagens também cresceu, em cerca de 25% a cada semana. Para Luiz Felipe Barros, os números são altos, assim como o custo de se fazer algo do tipo.

“É um valor substancial o que gastamos, mas a gente analisa o retorno do investimento. O custo de aquisição foi muito mais baixo do que se fosse em qualquer mídia que eu conheço. Agora a preocupação é na retenção desses usuários [usuários que se inscrevem e continuam a usar o aplicativo], mas por enquanto esses mesmos números vem acima da expectativa”, diz.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.