PUBLICIDADE

Varejo online oferece desconto no frete

Mais de 40 varejistas participam amanhã do ‘Dia do Frete Grátis’; setor foi alvo de críticas durante a Black Friday

Foto do author Anna Carolina Papp
Por Anna Carolina Papp
Atualização:

Mais de 40 varejistas participam amanhã do ‘Dia do Frete Grátis’; setor foi alvo de críticas durante a Black Friday

SÃO PAULO – Depois de serem alvo de críticas no ano passado por “maquiar” descontos na Black Friday, as lojas do comércio eletrônico brasileiro fazem nesta sexta-feira,26, outro dia de promoções para atrair o consumidor que faz compras pela internet.

—- • Siga o ‘Link’ no Twitter, no Facebook, no Google+ no Tumblr e no Instagram

 Foto:

PUBLICIDADE

A partir dameia-noite de quinta para sexta-feira, os consumidores terão 24h para usufruir de ofertas de frete para comprar online. A iniciativa é promovida pela empresa Busca Descontos, que organizou ações do e-commerce brasileiro como a Black Friday, (descontos, sobretudo para eletrônicos) e o Boxing Day (liquidação após o Natal).

O Dia do Frete Grátis reunirá mais de 40 das principais varejistas do País, como Magazine Luiza, Mercado Livre, Netshoes Walmart, Fast Shop e Ponto Frio. As ofertas serão reunidas em www.diadofretegratis.com.br. No entanto, a iniciativa não é restrita ao site do evento; ofertas podem ser encontradas por todo o comércio eletrônico.

Contudo, apesar do nome da ação, o desconto no valor do frete não é unificado – pode ser integral ou parcial, cabendo a cada empresa decidir sua política de ofertas e suas condições para o benefício.

“Cada empresa tem suas regras e sua estratégia comercial”, diz Pedro Eugênio, presidente da Busca Descontos. “Há lojas que vão oferecer frete grátis para o País inteiro, outras apenas para determinadas regiões; outras, ainda, para alguns produtos específicos.” Segundo ele, a ação não cobre entregas para fora do País.

Publicidade

Esta é a segunda edição do evento no Brasil. Segundo os organizadores, no ano passado, os sites que participaram da ação tiveram um tráfego de visitas de cinco a dez vezes maior do que em um dia comum de vendas. “Nossa expectativa é que esse número cresça ainda mais esse ano”, afirma Eugênio.

A propostaé estratégica, uma vez que o benefício do frete gratuito é um dos principais atrativos ao consumidor na hora de comprar pela internet. Um estudo da consultoria comScore no ano passado apontou a entrega gratuita como um dos critérios que o consumidor mais leva em conta para realizar compras online, sendo relevante para 23% dos usuários. Só perde para o preço, com 26%.

 

Lição. Diante de tantas ofertas tentadoras, o consumidor, no entanto, deve ficar atento para não ser passado para trás. Em promoções de larga escala, tanto em loja física como online, por vezes algumas empresas recorrem à pratica de inflar preços –aumentam o valor dos produtos semanas ou até mesmo dias antes para, no data específica, oferecer um desconto que aparenta ser bem maior do que é de fato.

Essa maquiagem de preços pôde ser observada na última Black Friday, megaliquidação queocorreu em novembro, na tentativa de seguir a fórmula de sucesso do modelo norte-americano. Uma pesquisa do Programa de Administração de Varejo (Provar), constatou que, nas vésperas da ação, houve um reajuste de preços de em média 8,5% em relação ao período imediatamente interior. Já no dia da Black Friday, em 23 de novembro, a alta foi de, em média, 0,06%.

PUBLICIDADE

Dos 1.700 produtos analisados pela pesquisa, quase 35% sofreu aumento de preços nos dias que antecederam o ‘saldão’. As empresas Extra (lojas física e virtual), Ponto Frio, Submarino, Americanas.com, Wal-Mart, Saraiva e Fast Shop foram notificadas pelo Procon por indícios de maquiagem de preços. Cinco delas foram autuadas.

“Conseguimos identificar falsos descontos graças às denúncias de consumidores”, disse Márcio Marcucci, diretor de fiscalização do Procon. “Nos mandavam até o print das telas para fazer as queixas”, relatou.

Marcucci aponta que, em caso dessas liquidações, é essencialcomparar os preços entre diferentes empresas – nunca comprar na primeira oferta. Ele relata que a maioria das queixas em liquidações do tipo vêm de consumidores que já vinham acompanhando os preços de determinado produto há um tempo – e, portanto, conseguem reconhecer que os descontos estavam maquiados.<

Publicidade

Para Gerson Rolim, diretor de comunicação da Câmara Brasileira do Comércio Eletrônico, a Black Friday certamente deixou uma lição para o consumidor, hoje mais atento. “Cerca de 70% dos usuários já realizam alguma pesquisa comparativa antes de comprar pela internet”, disse. “A repercussão não muito positiva da Black Friday no ano passado mostra que o usuário está comparando preços, atento ao que vê na web”, destaca.

O presidente do Busca Descontos também incentivou a pesquisa de preços por parte dos consumidores e recomendou que, caso se deparem com ofertas falsas, efetuem queixas no Procon, no Reclame Aqui ou no próprio site do Dia do Frete Grátis. “Temos um botão que chama ‘Denuncie’ para o consumidor reclamar de alguma oferta que viu em nosso site. Faremos uma validação disso e, se aquilo for verdadeiro, automaticamente aquela oferta cai.”

Pesquisa. Como auxílio em sua tarefa de comparar valores, o consumidor, em vez de ficar pulando de janela em janela para monitorar preços, pode recorrer a ferramentas como o www.baixou.com.br e o www.jacotei.com.br. Estes sites exibem o histórico do preço médio dos produtos em gráficos, ajudando o consumidor a comparar o valor atual entre diversas lojas.

O diretor de fiscalização do Procon reiterou que o consumidor tem direito de, uma vez constatada a oferta falsa, obter o mesmo desconto anunciado sobre o preço real, e não o inflado. A partir das queixas dos usuários, o órgão notifica a empresa pedindo a nota fiscal de venda, dando início ao procedimento que pode acarretar em penalidades e multas.

Para Eugênio, o e-commerce nacional ainda é algo novo e, portanto, sujeito a erros, mas aponta que o mercado tem amadurecido rapidamente. “Vejo os órgãos protegendo mais o consumidor, as lojas investindo mais em tecnologia, as marcas logísticas investindo mais em processos… é um caminho sem volta.”

Segundo relatório divulgado no mês passado pela e-bit, que coleta dados referentes ao e-commerce, as vendas do comércio eletrônico brasileiro neste ano devem atingir 28 bilhões de reais – o que representa um crescimento de cerca de 24% em relação a 2012.

—-Leia mais:• E-commerce cresce 24% no Brasil• Na Black Friday brasileira, preços subiram em vez de cair• Vendas da Black Friday no Brasil dobram• Black Friday no Brasil tem apagões e fraudes

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.