UE propõe o fim do controle americano da web

Projeto inclui transformação do ICANN e deverá ser discutido em encontro em abril, em SP

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Por Redação Link
Atualização:

Manifestante em Frankfurt segura placa com os dizeres “Sim, nós escaneamos”, em protesto à vigilância da web praticada pela NSA. FOTO: Reuters

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Por Jamil ChadeCorrespondente do Estado

GENEBRA – A União Europeia lançou nesta quarta-feira, 12, uma iniciativa diplomática para reduzir o poder dos EUA sobre a internet e quer uma reforma completa na maneira pela qual a web é administrada. Nesta manhã, Bruxelas publicou um projeto de reestruturação da rede mundial de computadores e promete levar a iniciativa a um encontro sobre o tema em São Paulo, em abril.

“Recentes revelações sobre a espionagem em larga escala colocaram em questão a liderança dos EUA no que se refere à governança da Internet”, declarou a UE em um comunicado. “Dado o modelo centrado nos EUA de gestão da web, é necessário uma transição suave a um modelo mais global, mas que ao mesmo tempo proteja os valores de uma governança aberta.”

O projeto apresentado na manhã de hoje em Bruxelas inclui a transformação da ICANN, organização com o poder de estabelecer o controle de sites e registrar domínios, em uma entidade mundial. Hoje, o ICANN está sediado nos EUA e segue as leis americanas.

Entre as propostas, a UE sugere um “compromisso para globalizar a tomada de decisões” no que se refere às garantias de estabilidade e segurança da Internet. Outra proposta seria a de estabelecer princípios de manter a internet aberta e coerente, sem a criação de novas redes paralelas.

Outra medida é a de promover a transparência nas políticas relativas à Internet, com o fortalecimento de entidades globais e a criação de novos organismos. Os europeus também pediram um “compromisso internacional para promover a transparência e inclusão de diversos atores” na definição das políticas da web.

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“A Europa está propondo hoje uma reforma fundamental sobre a maneira pela qual a Internet é administrada e conduzida”, declarou o bloco em um comunicado. “A proposta pede um modelo mais transparente e mais inclusivo.”

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