Turismo de negócios é o novo foco da Airbnb

Objetivo é atrair viajantes frequentes que estão cansados de se hospedar em hotéis

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Por Redação Link
Atualização:
 

Mike IsaacThe New York Times 

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Viaja a negócios ou por prazer? A Airbnb, empresa de aluguel de casas na internet, está pronta para atender a ambos as necessidades. Na última segunda-feira, a companhia lançou uma iniciativa na área de viagens a negócios, com a meta de atrair um público que vai além das multidões que saem de férias e procuram hospedagem barata, foco inicial da companhia.

Desde 2008, a Airbnb oferece um serviço que permite a proprietários de casas e apartamentos alugar quartos por breves períodos de tempo, tornando-se efetivamente albergues para viajantes.

A nova iniciativa constitui uma nova empreitada da companhia – um site sob medida para quem viaja a negócios. A Airbnb começou a atender este tipo de cliente formando parcerias com outras empresas de tecnologia, como a Evernote (do popular aplicativo de produtividade); a startup Lyft (criadora do app de caronas); e a Salesforce (rede de relacionamento com o cliente em nuvem).

Estas parceiras integraram algumas opções da Airbnb em seus sistemas de reservas de viagens para empresas. O objetivo é expandir esse nicho. “Cerca de 10% dos clientes da Airbnb já viajam a negócios. Outros afirmam que este tipo de oferta é um dos seus principais desejos”, disse Chip Conley, diretor de hospedagem global da Airbnb.

A Airbnb, que opera em cerca de 200 países, também se aliou à Concur,companhia cujo aplicativo administra reservas de viagens e relatórios de despesas. Graças à parceria, os viajantes podem reservar acomodações com a Airbnb pelo aplicativo do smartphone ou pelo site da Concur. As despesas relativas às reservas aparecerão automaticamente no software de administração do relatório de despesas da Concur.

O lançamento do serviço da Airbnb quer atrair pessoas que viajam a negócios, mas estão cansadas de se hospedar em grandes cadeias de hotéis.

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Frequentemente, a Concur verifica que os funcionários não utilizam seu sistema interno de viagens, preferindo recorrer ao serviço da Airbnb, inclusive os que poderiam utilizar acordos de sua empresa com cadeias de hotéis.

A iniciativa é um grande empreendimento para a companhia que aluga acomodações e vem competindo com gigantes do setor de hospedagem como Marriott, Hilton e Wyndham Hotel.

O ingresso da Concur neste setor poderá atrair mais investigações das autoridades reguladoras e do governo, cada vez mais interessados em saber se os clientes da Airbnb que alugam quartos ou residências estão infringindo a lei. Em maio, autoridades judiciais do estado de Nova York ganharam uma causa na qual a Airbnb foi obrigada a entregar dados relativos a vários clientes.

Em abril, a companhia fechou um financiamento de US$ 450 milhões, o que elevou seu valor de mercado de US$ 10 bilhões para a startup. A companhia levantou até hoje cerca de US$ 750 milhões em financiamentos. O valor faz a empresa superar redes hoteleiras consagradas, como incluindo a cadeia Hyatt, que tem valor de mercado de US$ 8,4 bilhões, e da Wyndham Worldwide, que vale quase US$ 9,4 bilhões.

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Ascensão A Airbnb é um acrônimo para air bed and breakfast (“colchão inflável e café da manhã”, em inglês). O site foi criado em São Francisco, em 2008, pelos estudantes de design Nathan Blecharczyk, Brian Chesky e Joe Gebbia. Sem dinheiro para pagar o aluguel, eles decidiram alugar espaços dentro do apartamento onde moravam com colchões infláveis para participantes de um evento que não conseguiram vaga em hotéis da cidade.

Em setembro do ano passado, a startup divulgou que cerca de 8,5 milhões de pessoas haviam se hospedado usando o serviço até então. O número representou um aumento de 112% em relação ao início de 2013. A rede de locais de hospedagem oferecida pelo site contabilizava na época perto de 500 mil opções, em 33 mil cidades de 192 países. Segundo a Airbnb, no ano passado, a cada dois segundos uma pessoa consultava uma hospedagem no site.

No ar desde 2012, a versão brasileira do Airbnb vem ganhando popularidade. De 3 mil anúncios no ano de estreia, chegou a 20 mil neste ano, o dobro do anterior. Só no Rio de Janeiro o Airbnb teria 40 mil leitos, o equivalente a cerca de 50% da capacidade hoteleira.

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/ TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA, COM REPORTAGEM DE LÍGIA AGUILHAR

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