Startup da semana: Bebê Store

Empresa recebeu segunda rodada de investimento do Atomico, fundo de Niklas Zennström, criador do Kazaa e do Skype

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Por Ligia Aguilhar
Atualização:

Empresa recebeu segunda rodada de investimento do Atomico, fundo de Niklas Zennström, criador do Kazaa e do Skype

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SÃO PAULO – Especializada na venda de produtos para bebês pela internet, a Bebê Store anunciou na semana passada o recebimento de uma segunda rodada de investimento de R$ 20 milhões feita em parceria entre aW7 Brazil Capital e o Atomico, fundo criado por Niklas Zennström (fundador do Kazaa e do Skype) e que tem em seu portfólio startups como a Rovio, do jogo Angry Birds, e a Last.fm.

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Fundada pelo casal Leonardo Simão e Juliana Della Nina com um investimento de R$ 200 mil, a Bebê Store nasceu em dezembro de 2009, como uma empresa de garagem, com apenas quatro funcionários operando em uma pequena casa na Pompeia, na zona oeste de São Paulo. Durante um ano e meio, a startup cresceu com a ajuda de um empréstimo e rigoroso controle financeiro.

Líder no mercado, o site viu seu reinado ameaçado ao ganhar, em 2011, um competidor de peso: a Baby.com.br, fundada por empreendedores estrangeiros experientes e que já chegou ao mercado brasileiro com um investimento estimado em R$ 8,5 milhões, após receber aportes do Monashees Capital, Tiger Global e do investidor Ron Conway.

Em 2011, quando a Baby.com.br entrou no mercado, os sócios da Bebê Store já procuravam investimento. Depois de cinco meses negociando com fundos brasileiros, Simão recebeu uma manifestação de interesse do Atomico, que começava a investir na América Latina. Convidado a ir a Londres, apresentou o projeto diretamente para Zennström. “Ele é muito focado em números, métricas e no desempenho da empresa”, conta.

Na primeira rodada, a empresa recebeu R$ 6 milhões do Atomico. Desde então, Simão diz que o faturamento do negócio quadriplicou. Com 45 mil produtos no portfólio, a Bebê Store cresceua uma média de 20% ao mês no últimos meses. Para este ano, o crescimento esperado ultrapassa 200%. Parte dessa expansão é garantida pela estratégia de manter seus clientes ativos por mais tempo.Para isso, a startup aumentou seu portfólio criando lojas segmentadas. Assim nasceu a Mommy Store, com artigos específicos para gestante, a Toy Store, focada na venda de brinquedos, e a Kids Store, para a venda de vestuário para crianças de 4 a 12 anos.

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Agora, com a segundada rodada de investimento, a empresa pretende expandir novamente o portfólio de produtos, aumentar a equipe e desenvolver sua capacidade logística. “A Bebê Store continua a superar nossas expectativas e queríamos fazer uma parceria com a W7, um fundo com uma equipe com experiência local, para ajudar a levar a Bebê Store a um novo patamar”, afirmou Zennström, por meio de nota.

Tente outra vezA Bebê Store não foi a primeira startup de Simão, que fundou outros 12 negócios em seis anos. A maioria fracassou. “Existe uma cultura muito legal no Vale do Silício de que para você acertar, precisa errar. Nos Estados Unidos, os fundos muitas vezes investem no potencial de um cara e continuam apostando nele mesmo que o negócio dê errado. No Brasil, você se sente mal se erra, não existe esse dinamismo”, diz. Quando abriu a Bebê Store, o empreendedor decidiu que sua cota de erros estava encerrada. “Quem tem investimento de fundo tem dinheiro para testar. Nosso grande diferencial foi ter metas e números bem definidos porque não tínhamos a possibilidade de dar prejuízo”, conta.

Para quem quer apostar na área, Simão garante que a principal dificuldade é lidar com a questão tributária.”Trabalho com 45 mil itens. Cada um pode ou não ter substituição tributária. Essa questão é muito complicada e a solução é cara. Contratei um punhado de gente para lidar com isso”, diz

Apesar disso, ele incentiva o investimento. “O e-commerce brasileiro ainda está na infância. O modelo começou com grandes lojas, como o Submarino, mas a tendência é de um segmentação de negócios cada vez maior”, afirma.

Ao noticiar o novo aporte recebido pela Bebê Store, o Techcrunchreforçou essa ideia, afirmando que ainda há muito espaço para outras lojas focadas em itens para bebês serem criadas no mercado brasileiro. “Há espaço suficiente para mais players. Quem ficará com a maior faria do mercado? A resposta ficará para o futuro”, diz o artigo.

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