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'Somos um movimento de natureza aberta'

Manifestante diz que vai ficar o tempo que precisar

Por Alexandre Matias
Atualização:

Manifestante diz que vai ficar o tempo que precisar

 

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LOGIN | Leia, manifestante no protesto OccupyWallStreet

Qual o papel da mídia digital no OccupyWallStreet? Uma coisa importante de perceber é que, apesar de termos recursos limitados, nós temos um centro de mídia gigante aqui no parque. É um grupo de pessoas que está subindo fotos no Facebook, no Twitter, espalhando tudo pela web. Assim que temos algum vídeo, fazemos o possível para disseminá-lo o mais rapidamente. O que é bem diferente do que se esse mesmo tipo de protesto acontecesse há cinco anos, quando era muito mais difícil disseminar informação. Também organizamos a ascensão de hashtags no Twitter justamente para chegar à principal lista do site e fazer que as pessoas descubram do que estamos falando. Isso também não existia há cinco anos. Ainda, encorajamos que as pessoas filmem quando estão sendo filmadas em entrevistas para a TV.

É um movimento sem líder. Sim, há grupos trabalhistas que têm se solidarizado, mas é assim que as pessoas estão se referindo, como adesões solidárias. Ninguém está querendo assumir a liderança do movimento, pois há a consciência de que somos mesmo os 99% e não fazemos parte do 1% contra os quais protestamos. E também encorajamos todo mundo que queira ajudar a simplesmente ir lá e ajudar, não precisa se registrar, nem pedir autorização. É um movimento de natureza aberta.

Hoje (terça-feira, 4) é o décimo sétimo dia de ocupação. Vocês pretendem ficar aqui o tempo que for preciso? Acho que sim, vamos ficar aqui o tempo que for preciso. Eu tenho a sorte de morar aqui perto, de trabalhar só pela manhã e conseguir dedicar o resto do dia a estar aqui. Mas as pessoas estão dispostas, principalmente após a prisão em massa que aconteceu na ponte do Brooklyn no sábado. Acho que estamos ganhando momentum, importância e legitimidade, principalmente porque assistimos à prisão de jornalistas e de mães com seus filhos no colo. Hoje temos mais gente do que tínhamos ontem e esse movimento não para. As pessoas estão deixando de encarar o movimento como algo marginal.

—- Leia mais:Link no papel – 10/10/2011A queda do muroManifeste-se você também

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