Site monitora a retirada de conteúdo da internet

CTRL+X, da Abraji, quantifica casos de censura e assédio judicial na internet brasileira

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Por Redação Link
Atualização:

Reprodução

 

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CTRL+X é o comando de computador para cortar um texto ou parte dele. Agora, é também nome de site que transforma a retirada de conteúdos da internet por ordem judicial em banco de dados pesquisável. Lançada pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), a plataforma é abastecida por empresas de mídia, de tecnologia e por instituições e pessoas que publicam informação relevante na rede.

O objetivo do CTRL+X é monitorar e quantificar casos de censura e assédio judicial na internet ao longo do tempo, diz José Roberto de Toledo, presidente da Abraji. O CTRL+X incorpora outro site da Abraji, o Eleição Transparente, que monitorou os casos de retirada de conteúdo da internet ao longo da campanha eleitoral de 2014 – quando registrou 192 ações judiciais desse tipo.

A base de dados começará a ser alimentada nas próximas semanas e permitirá consultas por local, data, alegação, nome das partes, entre outras.

O CTRL+X foi lançado nesta terça-feira em seminário conjunto da Abraji com o instituto Palavra Aberta e o Insper, em São Paulo. O projeto é patrocinado pelo Google.

No seminário, a advogada Taís Gasparian apresentou também banco de dados eletrônico desenvolvido pela Columbia University (EUA), o Global Freedom of Expression, com exemplos de jurisprudência sobre liberdade de expressão em 35 países. “O debate sobre liberdade de expressão no Brasil é sempre sobre os seus limites – quando o essencial é a liberdade, que garante a participação de todos”, salientou a advogada.

Diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour lembrou durante o seminário frase de Ayres Britto, ex-ministro do STF, segundo a qual “não é por medo do abuso que vai se coibir o uso”. Gandour se referia a erros cometidos por jornalistas: “O bom jornalismo sempre vai incomodar alguém. Mas ele também vai errar, e é só assim que vai amadurecer. A informação deve ser atualizada, jamais esquecida. O erro faz parte da história”.

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