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Sem crise; com protesto

Mobile World Congress tem clima eufórico mas vê suas portas bloqueadas por manifestantes

Por Camilo Rocha
Atualização:

Mobile World Congress tem clima eufórico mas vê suas portas bloqueadas por manifestantes

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BARCELONA – Se há um setor em que a crise parece não existir é o da mobilidade. O clima foi de euforia no maior evento mundial do meio, o Mobile World Congress (MWC), que aconteceu em Barcelona, na Espanha, entre 27 de fevereiro e 1º de março. Espalhados por sete pavilhões, estandes das principais empresas de uma das indústrias mais influentes do mundo (à exceção da Apple) dividem espaço com banquinhas de startups de aplicativos.

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A GSMA, entidade responsável pelo evento, estima que em 2020 haverá 24 bilhões de dispositivos móveis no planeta, algo como três para cada habitante. Calcula ainda que o impacto financeiro do setor nesse mesmo ano será de US$ 4,5 trilhões.

Não faltam números superlativos. A Nokia louva os mercados em crescimento (como Índia, Brasil e Indonésia) e fala em conectar “o próximo bilhão de pessoas à internet”. O Foursquare exibe a marca de 1,5 bilhão de check-ins; e o Angry Birds, seus 700 milhões de downloads.

Pensados para o mundo móvel, eles são fundamentais nessa expansão. Assim como aquela rede social mais famosa: “Facebook e celular foram feitos um para o outro”, disse seu diretor de tecnologia, Bret Taylor. Outro numerão foi exibido pelo Google: 850 mil de ativações diárias de aparelhos Android. O robozinho verde símbolo do sistema operacional estava por todos os lados, do aeroporto aos vários dos modelos de fabricantes como Sony, LG, Samsung, HTC e Huawei. A plataforma definitivamente saiu da sombra da Apple.

“Haverá um Android em cada bolso”, profetizou Eric Schmidt, do Google. Mais ainda, ele ressaltou que, graças à mobilidade, logo a internet será corriqueira “como a eletricidade”.

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Alvo. Do lado de dentro dos portões da MWC, o clima podia ser de euforia e prosperidade. Do lado de fora, porém, veio a lembrança de que estamos na Espanha dos 50% de desemprego entre os jovens. Um protesto estudantil no dia 29 interditou os portões da frente do evento. Um cartaz dizia: “Muito dinheiro para congresso móvel, nenhum para a educação”.

Em crescimento. Os países emergentes, chamados de “mercados em crescimento” (como Brasil, China, Indonésia, Índia) foram bem paparicados na MWC. E não só por causa dos consumidores com dinheiro para comprar smartphones sofisticados. Mas, principalmente, pelos usuários de menor renda, que não têm celular ou ainda não se conectam à internet com ele.

É o que Eric Schmidt, do Google, apelidou de “a maioria aspirante”. “Existe outro futuro esperando pelos próximos cinco bilhões”, falou.

Pensando nessa fatia, a Nokia reservou boa parte de sua apresentação à linha Asha, que tem um browser simples, na nuvem, e manda conteúdo via SMS. Peter Chou, CEO da HTC, afirmou que México e Brasil estão entre suas prioridades. Dennis Crowley, CEO do Foursquare, fez coro: “é o mercado com maior crescimento para nós”.

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Carro online. “Redefinindo a mobilidade” foi o mote oficial do MWC. Para a organizadora GSMA, trata-se de levar a conectividade para além dos tablets e smartphones. Segundo a entidade, o melhor exemplo disso é a conectividade automotiva.

A organização estima que este mercado valerá cerca de US$ 600 milhões em 2020. A presença na feira de inúmeros aplicativos pensados para uso no carro sustenta a previsão. Entre eles, está o Samsung Smart Driving, pacote que inclui o tablet Galaxy Tab mais software e hardware que monitora desempenho e eventuais problemas do veículo.

Entre as montadoras, a Ford já tomou a dianteira. Trouxe seu estande para a MWC, onde expôs o Sync, uma central de entretenimento e serviços embutida no painel do carro. Controlada por voz, explica rotas, toca suas músicas, manda e-mails e mensagens e faz ligações.

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 Foto:

HTC ONE X: A taiwanesa buscou se destacar em meio aos vários Androids. O HTC One consegue a façanha de tirar fotos enquanto filma em HD. E o lado técnico impressiona: processador de quatro núcleos e uma enorme tela de Super LCD 2 de 4,7 polegadas.

FORD SYNC: A Ford mostrou versão global do produto que existe nos EUA desde 2007. É uma central de entretenimento instalada no painel do veículo. Por comandos de voz, dá para fazer telefonemas, enviar e-mails, pesquisar rotas, fazer buscas geolocalizadas e escolher músicas.

NOKIA 808 PUREVIEW: O smartphone com sensor de 41 megapixels (MP) foi o produto mais falado do Mobile World Congress. Seu alto poder de captura de luz produz fotos detalhadas em diferentes resoluções: 5 MP, 8 MP e até 38 MP (não em 41 MP; os pixels do sensor compõem os da imagem final, em menor quantidade).

SAMSUNG GALAXY NOTE 10.1: A Samsung quer criar com seus ‘notes’ uma categoria à parte, nem tablet nem smartphone. O produto já existe com dois outros tamanhos de tela: 5,3 e 7,7 polegadas. Esta versão maior não tem telefone.

LG OPTIMUS VU: A LG, que andava em baixa, apresentou bons produtos. Entre eles, estava esse mini-tablet com tela de 5 polegadas em proporção 4:3 e caneta stylus.

*O repórter viajou a convite da Nokia

—-Leia mais:Link no papel – 05/3/2012

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