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Icann aprova fim das restrições a nomes de domínio na internet; sites não precisarão mais ser .com ou .gov, por exemplo

Por Agências
Atualização:

??? Icann aprova fim das restrições a nomes de domínio na internet; sites não precisarão mais ser .com ou .gov, por exemplo

 

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A organização que controla os nomes de domínio da internet votou nesta segunda-feira, 20, pela eliminação das regras que os restringem a sufixos como .com ou .gov, e pretende receber solicitações para nomes novos a partir de 12 de janeiro do ano que vem. As aprovações iniciais devem ocorrer no final de 2012.

Os endereços poderão utilizar quaisquer alfabetos –cirílico, kanji ou devaganari, por exemplo– para que as pessoas escrevam em russo, japonês e hindi.

“Acredito que seja a maior mudança que já vimos na internet,” disse Peter Dengate Thrush, presidente da Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (Icann, na sigla em inglês), a jornalistas. “Estamos criando uma plataforma para a próxima geração de criatividade e inspiração,” acrescentou.

O novo programa para domínios superiores genéricos, ou gTLD, foi aprovado por 13 votos a um, com duas abstenções, pelo conselho da Icann, durante uma reunião em Cingapura. A única oposição veio de um integrante que acreditava que mais tempo seria necessário para conduzir negociações com governos e outras partes, informou a organização.

Os novos nomes podem incomodar organizações sociais e religiosas, disse Dengate Thrush, caso alguém resolvesse criar, por exemplo, o domínio .nazi. Segundo ele, as pessoas que investiram no registro de nomes .com lucrativos verão o valor de seus ativos diluído pelas novas regras.

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Definir as regras e superar as objeções exigiu anos, disseram membros da Icann.

Por exemplo, embora o salgado preço de US$ 185 mil para a criação de um desses novos domínios superiores possa servir para dificultar a ação dos invasores virtuais de marcas, empresas com nomes conhecidos podem ter problemas se alguém criar endereços como coca-cola.paris ou google.zambia.

A Icann espera eliminar esses problemas por meio de um processo rigoroso de aprovação que demorará meses e também envolverá governos e outras agências.

“Creio que atravessamos o Rubicão,” disse Antony van Couvering, presidente-executivo da Top Level Domain Holdings. ”Nossa expectativa era lançar o sistema por volta de 2009,” disse ele, acrescentando que a mudança também demorou porque governos queriam lidar com as questões de marcas registradas em seus territórios.

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“O processo se estendeu por tanto tempo que algumas das pessoas que queriam participar dele agora estão quebradas ou se decepcionaram,” afirmou.

De acordo com especialistas, as grandes empresas estariam entre as primeiras a se registrar, o que pode resultar em nomes de domínio terminados por marcas como .toyota, .apple ou .coca-cola.

A decisão é vista como grande oportunidade para que as marcas tomem maior controle de sua presença online e encaminhem visitantes de forma mais direta a certas áreas de seus sites. A japonesa Canon, por exemplo, já anunciou que pretende solicitar os direitos para nomes de domínio com o sufixo .canon.

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Além de pagar a taxa de US$ 185 mil, pessoas ou organizações terão de apresentar justificativa legítima para solicitar um domínio. A Icann vai utilizar centenas de consultores, que avaliarão as solicitações de forma terceirizada.

Hoje, existem 22 gTLD –.com, .org e .info são alguns exemplos–, e cerca de 250 sufixos nacionais como .uk e .cn. Depois da mudança, a expectativa é de que centenas de novos gTLD sejam registrados.

Além de grandes marcas, cidades ou outras comunidades poderão solicitar domínios. Domínios novos como .nyc, .londres ou .food podem oferecer oportunidades para que empresas menores utilizem nomes que já não existem no mercado .com –por exemplo, bicicletas.londres ou indian.food.

“É a próxima expansão da internet, o futuro da internet,” disse Kieren McCarthy, presidente-executivo da Nxt, uma empresa de São Francisco que lida com questões de política e governança da rede. “Creio que nossos filhos vão nos achar malucos porque falávamos tanto em .com”.

/ Raju Gopalakrishnan (REUTERS)

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