Protesto na Arábia Saudita; pelo Facebook

Mais de 460 pessoas aderiram a protesto marcado para o dia 11, nos moldes das manifestações na Tunísia e no Egito

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Por Agências
Atualização:

Centenas de pessoas aderiram a uma campanha no Facebook pela realização de um “dia de fúria” no mês que vem na Arábia Saudita, a fim de exigir eleições, liberdades para as mulheres e libertação de presos políticos.

Até a manhã de quarta-feira, 23, mais de 460 pessoas haviam aderido ao protesto convocado para 11 de março no reino, que é o maior exportador mundial de petróleo e tem uma monarquia absolutista. É impossível verificar, no entanto, quantas dessas pessoas estão na Arábia Saudita, e se o protesto irá de fato ocorrer.

 

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As rebeliões árabes que derrubaram líderes na Tunísia e Egito foram iniciadas por jovens que se mobilizavam por redes sociais, mas ativistas na Arábia Saudita disseram que uma recente convocação pela internet para protestos em Riad não conseguiu levar ninguém às ruas.

No mês passado, uma manifestação em Jidá, depois de uma inundação na segunda maior cidade saudita, foi rapidamente dissolvida.

Os ativistas do Facebook reivindicam “que o governante e os membros do Conselho Shura (consultivo) sejam eleitos pelo povo”, que haja um Judiciário independente, liberdade de expressão e reunião e que sejam libertados os presos políticos.

Eles pedem também um salário mínimo de 10 mil rials (US$ 2.700), mais oportunidades de emprego, criação de um órgão de combate à corrupção e revogação de “impostos e taxas injustificados”. Há ainda pedidos de reconstrução das Forças Armadas, reforma do clero conservador sunita e “abolição de todas as restrições ilegais sobre as mulheres”.

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Apesar da sua riqueza petrolífera, a Arábia Saudita enfrenta um índice desemprego que chegou a 10,5% em 2009. O reino oferece benefícios sociais a seus 18 milhões de cidadãos, mas estes são considerados menos generosos que os de outros países petrolíferos do golfo Pérsico.

O rei Abdullah, que voltou ao país nesta quarta-feira, após meses de tratamento médico no exterior, anunciou logo depois de sua chegada a Riad benefícios no valor de US$ 35 bilhões para a população.

Mas as medidas não incluem reformas políticas, como as novas eleições municipais reivindicadas por grupos liberais ou oposicionistas. Nunca houve um Parlamento eleito no reino, que não tolera dissidências públicas.

/ Dominic Evans (REUTERS)

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