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Porque a cultura não é gratuita; por Andrew Keen

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Por Redação
Atualização:

Andrew Keen é autor de ‘O culto ao amador’, manifesto contra o idealismo da web 2.0. Em setembro, quando esteve de passagem pelo Brasil, ele conversou com o ‘Link’. Leia aqui. Recentemente, Keen escreveu um ensaio intitulado ‘Porque a cultura não é gratuita’ para a ‘DGA Magazine’, revista do sindicato dos diretores de cinema norte-americano.

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“Neste ensaio”, escreve a revista, “ele examina como a internet deu origem a uma revolta geracional que está mudando não só a economia da indústria cinematográfica, mas a maneira como o público percebe filmes. O resultado poderia ser uma cacofonia de conteúdo gerado pelo usuário, na qual artistas perdem a sua voz e seu sustento”.

No texto, Keen desfila críticas a jornalistas e pensadores que discordam dele, como Matt Mason, Lawrence Lessig, David Weinberger, Cory Doctorow, e elogios aqueles que compactuam com a sua visão, neste caso, apenas o diretor Milos Forman é citado. Leia alguns trechos do artigo, que você encontra na integra e em inglês aqui:

“Filmes podem mudar o mundo, mas hoje, na primeira década do século 21, as mudanças globais ameaçam mudar fundamentalmente os filmes. Hoje, há uma rebelião de pessoas de fora contra o sistema. E esta revolução digital é, em parte, uma rebelião contra o homem com a câmera de filmar. É a revolta de uma geração internet ingenuamente idealista contra a mídia tradicional”, afirma. “Não é apenas a indústria de cinema, é claro, que a revolução digital desafia. Na verdade, essa revolução é um assalto fundamental sobre a autoridade de todos os meios de comunicação desde livros e jornais a música e filmes”, escreve. “A grande maioria dos ladrões (é como ele se refere as pessoas que compartilham conteúdo na internet) não são heróicos visionários digitais. Eles estão baixando mais o último filme do ‘Harry Potter’ apenas para que eles não precisem pagar por ele”, afirma. E continua: “O que a revolução digital está realmente prometendo entregar são “baratos” e “sujos” vídeos online com audiências infinitesimal”. Já perto do final do artigo, ele escreve: “acho que a indústria do cinema tem que pensar de forma mais criativa também, ao invés de confiar apenas no direito de controlar o incontrolável. Como afirmei anteriormente, a história do cinema é toda ligada a história da rebelião. E não há dúvida de que a revolução digital do século 21 roubou este manto de rebelião em um negócio de filme cada vez mais institucionalizado e conservador.”

Este último parágrafo é um discreto contraponto em um longo e envolvente texto que parece feito para agradar aos seus leitores do sindicato dos diretores de cinema norte-americano.

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