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Por que sair do Facebook

Daniel Yoder, autor da lista de 10 motivos para sair do Facebook, dá entrevista ao 'Link'

Por Carla Peralva
Atualização:

Daniel Yoder, vice presidente de engenharia da startup Border Stylo na Califórnia, pensou um pouco e decidiu deletar sua conta no Facebook e encorajar os outros a fazerem o mesmo. Tomada a decisão, escreveu um texto com dez motivos para que as pessoas saiam do Facebook, o publicou em seu blog, o Rocket.ly, e licenciou no texto como Creative Commons.

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A lista está rodando a internet em um movimento parte altruísta, parte egoísta, como ele mesmo define. Altruísta porque ele acredita que a empresa se Zuckerberg é antiética. Egoísta porque ele admite que gostaria que seus contatos saíssem do Facebook para que ele não ficasse por fora de nada.

Leia abaixo a entrevista que Yoder deu ao Link:

Houve algum evento específico que te motivou a deixar o Facebook?

Sim, os anúncios feitos na conferência de desenvolvedores F8. As garantias de privacidade dadas pelo Facebook foram me corroendo durante algum tempo, isso foi a gota d’água.

Alguém mais deixou o Facebook com você?

Eu acredito que sim, mas não posso afirmar com certeza, já que eu mesmo não estou mais no Facebook. Muitas pessoas que comentaram no meu blog disseram que excluíram suas contas ou que estavam pensando seriamente em fazer isso. Eu também recebi muitos tweets e e-mails falando o mesmo.

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Você estava esperando tanta repercussão?

Não. Eu escrevi aquele post para convencer meu próprio círculo social a sair do Facebook e para ter certeza de que eles entenderiam porque estava excluindo minha conta. Eu queria ter certeza que não perderia nenhuma festa boa!  Até a semana passada, eu tinha bem poucos leitores no blog, mas um dos meus colegas de trabalho postou o texto no HN – Hacker News, um site em que muitos desenvolvedores usam para se informar – e, de lá, ele decolou pela internet.

O que você acha que os usuários podem fazer para proteger seus dados nas redes sociais?

Como as coisas vão hoje, não muito. Muitas empresas de comunicação social não dão boas garantias de privacidade, mas, pelo menos, elas estão pensando nessa questão. Por exemplo, todo mundo sabe que o que se posta no Twitter, no Flickr ou no YouTube é, por definição, público. Você sabe que está publicando o quer que você poste lá. O Facebook criou uma expectativa diferente e não conseguiu fazer jus a isso. E, sem dúvidas, eles premeditaram coletar a maior quantidade de dados possível. . No futuro, eu espero que nós estejamos um pouco mais céticos em relação às companhias que fazem esse tipo de ação.

Você poderia ser chamado de “o anti-Facebook”?

Eu imagino que eu possa se chamado de qualquer coisa (e eu fui, nos comentários do meu blog), mas eu realmente preferiria ser conhecido por alguma outra coisa. Eu trabalho arduamente para ajudar a criar uma nova geração de experiência nas redes sociais e, idealmente, é a isso que serei associado.

Você acha que a privacidade é um problema das redes sociais em geral ou só o Facebook realmente não liga para isso?

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Isso é realmente um desafio para a comunicação social em geral. Eu acho que o Facebook chegou à conclusão que é melhor para seu modelo de receita se eles tornarem os dados pessoais de todo mundo disponíveis para seus parceiros comerciais. E eles estão apostando que não irão perder muitos membros durante essa transição.

Você costuma colocar seus textos em licença Creative Commons? Gosta desse serviço?

Eu gosto do Creative Commons porque ele dá uma boa gama de opções de licença com a qual todos podem trabalhar. Ele torna ainda mais fácil, por exemplo, que um texto em um blog como o meu possa ser republicado. Já que o meu objetivo com meu blog é, principalmente, compartilhar ideias, ele funciona bem para mim.

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