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Por que o Reader é importante para o Irã

Blogueiro iraniano faz manifesto pela manutenção do leitor de feeds do Google, importante para difusão de notícias por lá

Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Blogueiro iraniano faz manifesto pela manutenção do leitor de feeds do Google, importante para difusão de notícias por lá

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SÃO PAULO – O Google anunciou na semana passada que o Reader, seu leitor de feeds, será integrado ao G+. Embora não se saiba ainda as implicações da mudança, que ainda não está no ar, o Google já adiantou que o Reader mudará o visual e terá alterações em suas ferramentas sociais – sai a interação simples do Reader, com “gostei”, “comentários” e “compartilhar”, e entram as ferramentas mais sofisticadas do G+.

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Só que, no Irã, usuários temem que as mudanças eliminem definitivamente as funções sociais do Reader — e que hoje são um dos únicos meios ainda livres de comunicação no país. O Reader permite que se compartilhe informações com os seus contatos e acesse conteúdo mesmo de sites proibidos – que, no Irã, são a maioria da internet.

Por isso, o blogueiro iraniano Amir “Hm” publicou um manifesto contra as mudanças — e convocou, em inglês, signatários para assinarem uma petição online pela causa. Diz ele:

“O Google Reader, graças a suas características sociais (que serão eliminadas), é muito mais do que um simples leitor de RSS para os usuários iranianos. O Google Reader não está em um domínio diferente graças ao protocolo https, e é difícil para o governo filtrá-lo (para isso, todo o conjunto sob o domínio Google.com deveria ser filtrado). Em um país em que todas as redes sociais como Twitter, Facebook e FriendFeed, e sites como YouTube, Tumblr e Flickr estão proibidos, o leitor do Google funciona como uma rede social pela falta de qualquer site independente de notícias (cabe mencionar que todos os canais de notícias como BBC e CNN estão proibidos), e o Reader funciona como um difusor de notícias”, diz o comunicado. “O fácil acesso ao Google Reader o torna adequado para a comunidade irariana, e que durante todos esses anos, especialmente após as eleições de junho de 2009, se desenvolvesse uma forte comunidade para difusão de notícias”.

Segundo o comunicado, há usuários com mais de milhares de seguidores, que atuam como centros de difusão e discussão de notícias. Além disso, o Reader permite o acesso ao conteúdo de blogs hospedados no Blogger e WordPress, outros domínios proibidos no país. O Reader é, segundo ele, o site mais popular da web no Irã. E o temor é que a integração faça com que o governo o proíba, assim como já acontece com o Facebook.

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Os usuários chegaram a escrever uma petição online para que o Google mantenha o Reader como está. Ela pode ser acessada aqui.

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