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Por que morrem os blogs?

Por Rafael Cabral
Atualização:

Você vive dizendo que, um dia, voltará a postar e que seu blog ressurgirá das cinzas, como na batida metáfora da Fênix? Provavelmente você está mentindo, já que assim faz a grande maioria dos blogueiros. Tão logo registram o blog e engrenam em um bom ritmo de atualização, o abandonam. Uma estatística do Technorati revela que apenas cerca de sete milhões dos 133 milhões de blogs indexados pelo sistema de busca são atualizados regularmente. Ou seja, 95% deles estão formalmente esquecidos pelos seus donos.

Os principais motivos alegados para a desistência são falta de tempo e, claro, a preguiça. Mas o grosso dos blogs falidos é resultado de um projeto mal-formulado, já que eles ainda são vistos ainda de forma desprentensiosa. Às vezes o tom é muito pessoal, com conteúdo pouco atraente para outros internautas. Por falta de hábito em escrever, os textos tendem a ser muito longos. E convenhamos: pouca gente, na Internet, tem saco de ler blocões de letras sem a ajuda de boas fotos e vídeos para descansar o olhar.

 

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Há uma inadaptação tanto em linguagem quanto em temas. E sem essas coisas bem acertadinhas, o blog não terá repercussão – sem a qual, provavelmente, não achará ânimo para continuar existindo. Essa é a maior pedra que impede que os blogs durem mais. A falta de audiência faz com que deixem de ser atualizados – e em muitos casos, não obtêem audiência justamente por não serem atualizados.

Por isso, tentei pensar em quatro regrinhas simples para que você não deixe seu blog perecer. Obviamente, elas não garantem nada. Mas são constantes nos sites que alcançaram sucesso, e reflexões sobre erros naqueles que não o tem:

1) Poste frequentemente e tente escrever textos que sejam fáceis de ler. Isso não quer dizer que você deve apelar para o simplismo, mas sim que os pensamentos dos posts devem ter clareza. O segredo para um artigo ser claro, diz o George Orwell, é que o seu autor pense com clareza. Simples assim.

2) Deixe claro que há uma pessoa por trás de cada post. Pode parecer óbvio, mas não é. Grande parte dos blogs são escritos de um jeito que não combina com a linguagem do formato, repetindo fórmulas de jornais ou outras mídias. Ou mesmo apelando para um tom corporativo (rejeição quase assegurada).

3) Saiba o que você tem para oferecer e se organize para fazê-lo da melhor maneira. Saiba para quem você escreve e tente pensar no que essa pessoa quer ler. Tente segurá-los por mais de um post.

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4) O trabalho não termina após colocar o post no ar. Saiba não só divulgar, mas como divulgar. Lance seus melhores textos no Twitter, LinkedIn, FriendFeed, e tenha em mente que quanto mais você repercutir os outros, mais chances eles têm de repercutir você.

São obviedades, sim, mas a maioria não as aplica. Tanto é que o volume de sites abandonados é tão grande que gerou até paródias como o Fucked Blogs e o Blogs Mortos – ambos também já falidos, provando que o verdadeiro cemitério de blogs é a Wayback Machine.

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