Os novos fotógrafos do mercado brasileiro

No PhotoImage Brazil, empresas apostam em amadurecimento do mercado interno e lançam câmeras amadoras mais sofisticadas

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Por Carla Peralva
Atualização:

No PhotoImage Brazil, empresas apostam em amadurecimento do mercado interno e lançam câmeras amadoras mais sofisticadas 

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SÃO PAULO – Começou nessa quarta-feira, 16, a PhotoImage Brazil, feira que reúne novidades do mercado de foto e vídeo. O evento, voltado para profissionais da área, conta com lançamentos de câmeras, apresentação de portifólios e oficinas de fotografia. Câmeras básicas, teleobjetivas profissionais, acessórios, decoração para estúdio, porta-retratos, impressoras, toda a cadeia da produção fotográfica está presente no Expo Center Norte, em São Paulo.

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Um dos destaques da edição é a presença da Nikon, que chegou ao Brasil em abril. Em sua primeira participação na PhotoImage Brazil, apresentou toda sua linha de câmeras lançadas no País, sem trazer nenhum lançamento específico para a feira. “A novidade é a Nikon em si, que chega ao Brasil com toda sua linha compacta e profissional e começa a produzir cinco linhas de câmeras na Zona Franca de Manaus”, diz Joel Garbi, diretor geral de marketing da Nikon do Brasil.

A Nikon espera começar já em setembro a colocar em prática uma ação que há anos realiza nos Estados Unidos: a Escola Nikon, que ensina fotografia básica e avançada em cursos de um dia. A ideia é ajudar a formar um público mais crítico de fotografia, que exija câmeras melhores e saiba tirar proveito dos recursos cada vez mais sofisticados que chegam às câmeras compactas.

Para a Nikon isso é especialmente importante, pois, apesar das câmeras compactas serem responsáveis por seu maior volume de vendas – especialmente no Brasil, onde o mercado de máquinas profissionais e semi-profissionais é muito pequeno (0,6% do mercado total de câmeras), se comparado com o resto do mundo, onde esse índice chega a 10% -, são nas câmeras voltadas para o público profissional que a empresa tem um nome mais conhecido.

Quem também apresenta a mesma preocupação em relação à formação de novos fotógrafos é a Sony. A empresa deve promover cursos em parceria com o fotógrafo Diogo Boni para passar noções de fotografia e de uso de câmeras. A ideia, segundo Thiago Onorato, gerente de produto de Digital Image da Sony Brasil, é formar um consumidor mais consciente e ajudar no processo de amadurecimento do mercado que já está em andamento.

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O amador já é profissional. E a Sony está apostando nessa crença. O grande lançamento da companhia na feira foi a câmera NEX C3 (veja abaixo), compacta, digital e com lentes intercambiáveis. A máquina conta com o mesmo sensor que uma profissional da empresa, mas não tem o sistema de espelhos e, por isso, é menor e mais leve. A NEX C3, da linha Alpha, foi criada para atender a um consumidor em transição, que já não se satisfaz mais uma digital compacta básica, mas ainda não se sente seguro ou não vê necessidade em comprar uma profissional mais robusta.

Fabricada na Zona Franca de Manaus e contando com um investimento inicial de R$ 80 milhões, a NEX C3 é, segundo Onorato, uma câmera “compacta com qualidade de DSLR”. Outra característica é que ela apresenta comandos fáceis, pensados para serem didáticos. Desfocar o segundo plano da imagem e criar molduras de edição, por exemplo, são umas das funções que podem ser acessadas pelo botão central em um menu que lembra muito o de câmeras compactas mais básicas. “A ideia é levar elementos mais sofisticados do mundo da fotografia para o consumidor comum”, diz Onorato.

A Nikon não apresentou nenhum lançamento, mas ressaltou a sua chegada formal ao mercado brasileiro. FOTO: Carlos Pupo (AE)  Foto:

Foco do mercado. O lançamento da NEX C3 vai exatamente na linha do que Duda Escobar, diretora do evento, adiantou antes do início da feira: o atual foco do mercado são câmeras para um consumidor em transição - de um modelo básico para outro mais avançado -, que já está comprando sua terceira geração de câmeras. Assim, máquinas digitais com lentes e sensores mais sofisticados, mas que ainda contém comandos mais intuitivos foram o destaque da feira.

Essa tendência também é confirmada pelo lançamento da câmera NX 11 da Samsung (veja abaixo), também compacta, digital e com lentes intercambiáveis. O modelo traz a tecnologia i-Function, que permite que o jogo de lentes se comunique com o corpo da máquina e que o usuário execute comandos do modo manual girando o anel de foco, facilitando o entendimento das funções da câmera e o próprio manuseio da câmera.

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De acordo com Henrique de Freitas, gerente sênior de marketing e vendas da Samsung, o lançamento vem para atender a um mercado que está se refinando e pedindo câmeras específicas para consumidores de grupos específicos. ”Todos já têm câmera digital, e, agora, alguns estão pedindo mais”, diz. Ele também bate na tecla que a câmera deve ser didática, para que o usuário possa aprender a aplicar os recursos de fotografia enquanto fotografa.

Um próximo passo seria que os consumidores efetivamente sentissem vontade de ter um segundo jogo de lentes (as lentes são intercambiáveis, afinal), para obter melhor capacidade de zoom, por exemplo. Freitas, da Samsung, e Onorato, da Sony, concordam que o mercado brasileiro ainda não está preparado para isso, mas que essa sofisticação pode vir com o tempo e deve ser incentivada.

Outras missões. A Fujifilm, que apresentou diversos lançamentos durante a feira, também está investindo em câmeras “premium”, como diz a empresa, ou seja, em máquinas que são para o consumidor comum, mas que já apresentam recursos avançados. No entanto, a missão da companhia é outra: provar para o público que a marca também é sinônimo de câmeras digitais.

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Muito conhecida por suas câmeras de filme, a Fuji espera aliar o conhecimento da tecnologia do filme (as opções de matizes de cores e intensidades estão sendo aplicadas no software de alguns modelos) e o domínio de toda a cadeia produtiva (ela fabrica suas próprias lentes e ilhas de impressão e revelação de imagens) para alavancar sua participação no mercado mundial de câmeras digitais.

Tanto é que a expectativa em cima do principal lançamento da empresa na feira, a X 100 (veja abaixo), com visual retrô, é, segundo o porta-voz da empresa, divulgar o nome e a tecnologia da marca para um mercado mais exigente que já está surgindo no Brasil, mais do que ser sucesso de vendas.

Outra aposta da empresa são as câmeras de  long zoom – com 18, 20 e até 30 vezes de aproximação. A Fuji, fora do mercado de câmeras profissionais há alguns anos, também espera lançar o seu modelo de compacto com lentes intercambiáveis até o final do ano.

Animada com o mercado brasileiro, a Fujifilm pretende começar a produzir mais uma linha de câmeras na Zona Franca de Manaus, além das cinco que já são fabricadas por lá. A Nikon tambémestá otimista quanto ao mercado interno. Recém-chegada ao País, pretende ser responsável por 15% do mercado de câmeras compactas em 3 anos.

A PhotoImage Brazil acontece até esta sexta-feira, 18, no Expo Center Norte, em São Paulo.

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