Operadoras defendem 'taxa Google'

No Mobile World Congress, operadoras dizem que produtores de conteúdo, governos e consumidores devem pagar para ajudar na manutenção das redes

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Por Redação Link
Atualização:

No Mobile World Congress, operadoras dizem que produtores de conteúdo, governos e consumidores devem pagar para ajudar na manutenção das redes

Por Nayara Fraga, do Radar Tecnológico

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SÃO PAULO – Executivos de grandes operadoras defenderam no Mobile World Congress (MWC), evento da indústria móvel ocorrido em Barcelona até esta quinta-feira, 1º, ser necessário partilhar a conta do consumo da rede com grandes produtores de conteúdo, governo e consumidores.

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“Quando alguém assiste a um vídeo do YouTube no celular e acaba recebendo uma conta alta, ele xinga as operadoras de telecomunicações. Mas o YouTube está consumindo uma quantidade enorme de recursos na nossa rede. Alguém tem de pagar por isso”, disse no MWC o presidente da operadora indiana Airtel, Sunil Bharti Mittal, informa o Cnet.

O executivo se baseia no fato de que empresas como Google e Apple, responsáveis por boa parte do tráfego móvel, não pagam imposto sobre o conteúdo consumido na rede. Ele sugere que o YouTube pague uma “tarifa de interconexão” às operadoras semelhante à taxa que uma operadora paga a outra para completar uma ligação, no caso de chamadas de fixo para móvel, por exemplo.

Essa ideia de cobrança pode ser considerada irmã da “taxa Google” — termo originado na França em referência à tarifa que o governo quis impor a empresas de internet americanas que lucram mas não pagam impostos no país. Isso porque suas sedes estão baseadas em países com vantagens fiscais, como Irlanda.

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As operadoras trazem à tona, agora, a necessidade de provedores de conteúdo pagarem pelo uso da infraestrutura. “Se nós vamos construir as estradas, é preciso haver pedágios”, disse Mittal, segundo o Cnet.

No ponto de vista dos representantes das operadoras, o consumidor também tem de arcar com a conta. “O desafio é fazer (o consumidor) entender que se você quer maior qualidade, velocidade mais alta, você paga mais por isso”, disse o presidente da russa VimpelCom, Jo Lunde. Para o executivo, os clientes têm sido um pouco mimados. Governos, da mesma forma, poderiam oferecer o espectro de graça para quem apresentar o melhor projeto, por exemplo, segundo eles.

Esse tipo de discussão também ocorre em eventos de telecomunicações realizados no Brasil. O argumento das operadoras é que grandes empresas (como Google) ganham muito dinheiro e não investem em infraestrutura. Assim, cobrando das produtoras de conteúdo, o custo não seria repassado para o consumidor.

Mas o Comitê Gestor da Internet discorda dessa posição. Quando um usuário residencial contrata uma banda larga ou quando uma empresa contrata uma conexão de dados, ele tem o direito de usá-la como quiser, alega o Comitê. Seria o mesmo de a operadora de telecomunicações querer uma participação nas vendas feitas por telemarketing, por exemplo.

/ colaborou Renato Cruz

—- Leia mais:A neutralidade de rede • Acompanhe a cobertura completa do Mobile World Congress 2012

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