O que você precisa saber sobre o Apple Pay

Apple Pay é o sistema de pagamento móvel da empresa que usa tecnologia contactless NFC e leitor biométrico Touch ID

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Por Murilo Roncolato
Atualização:
 

SÃO PAULO – Em meio a produtos tão chamativos como os novos iPhones 6 e 6 Plus, além do relógio inteligente Apple Watch, uma novidade que deve causar impacto tão grande no mercado quanto esses dispositivos foi anunciada pela empresa de Cupertino nesta semana. A Apple finalmente adotou a tecnologia NFC em seus aparelhos, tudo para criar seu próprio sistema de pagamento móvel, o Apple Pay, transformando finalmente o celular ou até o seu relógio em uma carteira digital.

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“Nossa visão é de substituir carteiras”, disse Tim Cook durante sua apresentação na última terça, 9, quando aproveitou para tirar sarro do sistema de segurança de cartões de crédito (“isso tem 50 anos de idade”), a demora e a dificuldade de se fazer pagamentos com cartões de crédito e débito, e ainda lembrou a todos o quão desengonçada pode ser uma carteira.

Com o Apple Pay, é possível acrescentar cartões de crédito ao celular (através do Apple Passbook, simplesmente tirando uma foto do cartão e autorizando o processo no banco) e realizar pagamentos, teoricamente, de forma mais segura. Isso porque a Apple não arquiva informações sobre o cartão, nem permite que vendedores tenham acesso a elas. Em vez disso, criptografa os dados e gera um número novo para cada transação. No final de tudo, o usuário ainda deve usar o Touch ID (o leitor biométrico da Apple, localizado no botão Home do celular) para autenticar a compra.

 

COMO FUNCIONA

O usuário pode usar o cartão já registrado na sua conta do iTunes ou acrescentar quantos quiser adicionando suas informações manualmente ou tirando uma foto do cartão. Uma vez que o cartão estiver inserido no Apple Pay, será possível utilizá-lo em terminais de pagamento em lojas, dentro de aplicativos, ou ainda em sites de e-commerce, através de um botão que dispensa o consumidor de cadastrar-se, inserir dados do cartão ou endereço novamente.

 

Em uma loja com terminal NFC, o vendedor apontará o pagamento por Apple Pay e o valor, que aparecerá na tela do terminal. Com um iPhone 6 ou 6 Plus, o consumidor deve então aproximar a parte superior do celular do terminal. Uma tela aparece exibindo os diferentes cartões cadastrados. O usuários escolhe com qual fará o pagamento e então autentica a compra pressionando o Touch ID, que identifica a digital e aprova a transação. O processo todo dura poucos segundos.

Após a compra, o celular gera uma notificação sobre a transação realizada.

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Para garantir que a ideia dos terminais pegue, a Apple fechou parceria com estabelecimentos comerciais populares nos EUA como Subway, McDonald’s, Disney, Walgreens, Macy’s e Sephora, além das suas próprias lojas.

E SE MEU IPHONE NÃO TEM NFC?

Além da opção de compra presencial, por meio de terminais com NFC, é possível utilizar o Apple Pay para transações dentro de aplicativos. Inicialmente, os parceiros da Apple que já disponibilizam o Apple Pay como opção de pagamento móvel são Groupon, Uber e a rede da padarias Panera.

A Apple liberou a API (interface de programação de aplicações) do Apple Pay para desenvolvedores. Isso significa que qualquer um pode incorporar, de alguma forma, o Apple Pay ao seu produto, aplicativo ou serviço online.

 

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QUAIS OUTROS DISPOSITIVOS PODEM TER O APPLE PAY?

Por enquanto, só o relógio Apple Watch (que pode estar sincronizado a um iPhone 5, 5c ou 5s), que vem com NFC, mas por outro lado perde na questão de segurança por não vir com o leitor biométrico Touch ID. Como a Apple explica em seu site, para realizar um pagamento com o relógio, basta apertar duas vezes o botão lateral e aproximar o dispositivo de um terminal NFC. “Você vai ouvir e sentir a confirmação do Apple Watch assim que as informações do pagamento tiverem sido enviadas.”

Para mais informações, leia O que você precisa saber sobre o Apple Watch.

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É SEGURO?

A Apple aponta ao menos três razões para fazer o usuário confiar no seu sistema. A primeira é que eles afirmam não armazenar os números de cartão (“Não estamos no negócio de coleta de dados”, disse um executivo da Apple durante a apresentação). No lugar, criam um número dinâmico para cada compra. A segunda é a necessidade de autenticar a compra pelo Touch ID (caso do iPhone 5s, iPhone 6 e 6 Plus).

 

E, por fim, o conforto de poder cancelar o uso do cartão cadastrado no celular através do Find my iPhone (Buscar meu iPhone, em português), sem precisar que também cancelar o cartão no banco.

Segundo a Apple, “as transações são realizadas entre os usuários, os vendedores e o banco”. Nada fica com a Apple. “Além disso, o caixa não vê seu nome, nem o número do seu cartão.”

As informações presentes no sistema são criptografadas através do chip chamado pela empresa de “Secure Element” (presente no Apple Watch também), que isola os dados de pagamento do cartão dos apps e terminais.

“Esses números nunca ficam armazenados nos servidores da Apple”, diz o site. Além disso, a empresa diz não guardar também as informações sobre a transação realizada, com a intenção de manter a privacidade em relação às compras. “Suas compras recentes ficam no Passbook para sua conveniência, mas isso é o mais longe que chegamos.”

DISPONIBILIDADE

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Nos Estados Unidos, o Apple Pay chegará aos novos iPhone 6 e 6 Plus por meio de uma atualização gratuita sobre o iOS 8 em outubro. Outros aparelhos como o iPhone 5, 5s e 5c também contarão com o Pay (embora sem a funcionalidade NFC), desde que atualizem o iOS 8, disponível a partir do dia 17 de setembro.

No país, a Apple trabalha com os cartões American Express, Mastercard e Visa, além dos bancos JP Morgan Chase, Citigroup, Capital One e o Bank of America.

Não há informações ainda se o sistema chegará ao Brasil junto com os novos iPhone 6 e 6 Plus – há expectativa de que o Brasil esteja entre os 115 países que receberão os smartphones até o final do ano.

Confira o teste do Apple Pay feito pelo The Verge (clique aqui caso não consiga visualizar o vídeo):

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