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O outro fundador do Facebook

O brasileiro Eduardo Saverin publicou um artigo sobre empreendedorismo e comentou o filme A Rede Social

Por Filipe Serrano
Atualização:

O brasileiro Eduardo Saverin, considerado um dos fundadores do Facebook ao lado de Mark Zuckerberg, publicou nesta sexta-feira, 15, um artigo sobre empreendedorismo como blogueiro convidado do site da CNBC. É uma das poucas vezes em que ele fala publicamente e a primeira vez que comenta o filme A Rede Social, que retrata a história da criação da rede social por jovens universitários de Harvard, entre eles, Saverin. O subtítulo do filme diz: “Você não junta 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos”. Saverin é um dos inimigos.

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“O que eu tirei de A Rede Social foi muito maior e mais importante do que saber se as cenas e detalhes do roteiro relatavam precisamente o que aconteceu”, escreve ele no texto para a CNBC. “O que me atingiu não foi o que aconteceu — e o que não aconteceu — ou quem disse o que, e por quê. A verdadeira lição para mim foi que o empreendedorismo e a criatividade, embora complicados, difíceis e duros de realizar, são talvez os aspectos mais importantes de um negócio hoje em dia e do crescimento da nossa economia.”

 

Junto do amigo de faculdade Mark Zuckerberg, o brasileiro Eduardo Saverin foi o primeiro investidor do Facebook e é considerado cofundador da rede social. Mas, ao contrário do jovem que se tornou o 35ª pessoa mais rica dos Estados Unidos de acordo com a revista Forbes, Saverin tem preferido ficar fora dos holofotes principalmente depois do processo contra o Facebook em 2009, que havia reduzido sua parte na empresa de 30% para 5% na época. Ele evita declarações à imprensa, e o pouco que se conhece sobre ele está nos livros The Facebook Effect, de David Kirkpatrick, e Bilionários por Acaso, de Ben Mezrich — este último, deu origem ao filme que estreia em dezembro no Brasil.

O artigo assinado pelo brasileiro — “nascido no Brasil, criado em Miami e formado em Boston”, como ele diz — não relata detalhes de sua disputa com Zuckerberg e fala sobre a importância do empreendedorismo. Em uma das cinco vezes em que cita o Facebook ele diz: “Com o Facebook, construímos um produto porque acreditávamos nele e na sua utilidade, e queríamos que ele existisse”, logo depois de falar que as grandes empresas dos Estados Unidos, como Microsoft e Google, não existiam há 30 anos e hoje afetam muito as nossas vidas.

Ele ainda fala sobre como a vida de empreendedor tecnológico é repleta de desafios, conquistas e prazeres e, de certa forma, manda um recado para Zuckerberg. “A criação de um negócio, desde o seu embrião conceitual, faz parte da genialidade de um empreendedor”, diz. “Mas, diferentemente de muitas coisas na vida, não existem limites para dizer quem pode ser um empreendedor. Você pode ser um estudante de faculdade. A inovação plena é cega. Como a web cada vez mais democratiza a inovação e os custos caem, qualquer pessoa pode mostrar um produto — olhe para o Facebook ou o YouTube. No mundo digital, a dependência por uma carteira cheia (de dinheiro) para começar um negócio está diminuindo. Em vez disso, o que se torna mais importante é a ajuda de outras pessoas — o capital intelectual e o conhecimento para se tornar bem sucedido.”

Ele ainda termina o texto voltando a falar sobre o filme. “Assistir à versão de Hollywood sobre uma vida de faculdade é ao mesmo tempo humilhante e divertido, e espero que o filme inspire inúmeras outras pessoas a criar e a dar um salto para começar um novo negócio. Com um pouco de sorte, você pode até mudar o mundo”.

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—- Leia mais:O antissocialO brasileiro do Facebook está offlineResistentes ao Facebook‘Link’ no papel 11/10/2010

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