O dia do Facebook

No dia de sair do Facebook, rede social enfrenta vários problemas, menos a saída de usuários

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Por Carla Peralva
Atualização:

Esta segunda-feira foi o dia de sair do Facebook. Quem estipulou a data foram os canadenses Matthew Milan e Joseph Dee em protesto à falta de privacidade e de segurança dos suas informações na rede social. Pelo site do movimento lançado por eles, o QuitFacebookDay, mais de 32 mil pessoas dizem que vão mesmo deletar suas contas e tirar seus dados dos domínios de Mark Zuckerberg.

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O número não chega nem a incomodar a rede que tem mais de 400 milhões de usuários ativos, mas mostra o descontentamento sobre o tema que fez o jovem CEO mudar mais uma vez as configurações de privacidade da rede – mas, agora, dando mais controle aos usuários e não o contrário.

A Vision Critical divulgou um estudo que mostra que apenas 2% dos usuários norte-americanos afirmaram que deixarão a rede e só 11% deles ouviram falar no movimento de abandono geral. A mesma pesquisa também revela que 81% dos entrevistados disseram estar tendo mais cuidado com o jeito que usam o Facebook e 76% estão publicando menos informações pessoais do que costumavam fazer.

No Congresso Americano O Facebook está mesmo na pauta do dia. Apesar das recentes mudanças nas configurações de privacidade, o Facebook ainda terá de responder por seus erros passados. O U.S. House Judiciary Committee, comitê fixo da Casa do Representates dos Estados Unidos (que compõe o Congresso Americano junto com o Senado), pediu explicações a Zuckerberg sobre as diretrizes da política de privacidade e detalhes sobre como as mudanças recentes as alteram.

Em carta enviada ao CEO, o presidente do Comitê, John Conyers (foto), escreveu: “Gostaríamos de uma explicação detalhada das informações dos usuários do Facebook que sua empresa forneceu a terceiros sem o conhecimento dos donos das contas – particularmente em circunstâncias em que estes não haviam expressamente optado por esse tipo de compartilhamento”.

Foto: RevHist Foto:

Há um mês, o senador Charles Schumer havia pedido para a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) que investigasse as alterações nos termos de privacidade vinda com o lançamento da plataforma Open Graph. A FTC investigou as diretrizes do Facebook e de outras redes sociais. Em resposta, vieram as mudanças da quarta-feira passada, 26, que simplificaram o modo de configurar as opções de privacidade. Mas parece que isso não foi totalmente satisfatório.

Nos países muçulmanos Nesta segunda, 31, o Paquistão suspendeu o bloqueio ao site após o Facebook se desculpar oficialmente por uma página que incentivava o desenho do profeta Maomé. A página sobre o Dia para todo mundo desenhar Maomé, foco do impasse, não foi tirada completamente do ar, apenas teve seu acesso restrito no Paquistão.

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Bangladesh, ao contrário, bloqueou, nesse domingo, 30, o acesso à rede social devido a caricaturas do profeta e a charges políticas encontradas no site, que segundo o governo, ofendem os muçulmanos. Na sexta, em Dhaka, centenas de manifestantes que pediam o banimento do Facebook queimaram a bandeira da Suécia em protesto às caricaturas “altamente blasfêmicas” feitas pelo artista sueco Lars Vilks e divulgadas na rede social. Zia Ahmed, chefe das telecomunicações do país afirmou que o bloqueio ao site será temporário. Estima-se que o Facebook tenha um milhão de usuários em Bangladesh, com população de 150 milhões de pessoas.

Foto: Pavel Rahman/AP Photo Foto:

Pegadinha Continuando a lista de problemas, durante o fim de semana um ataque viral fez com que centenas de milhares de usuários gostassem de páginas sem ter realmente gostado delas. Até agora, o problema não foi solucionado, mas nenhum caso de instalação de vírus decorrente disso foi relatado. Clicando na página supostamente “gostada”, o usuário é levado a uma página em branco e a recomenda automaticamente para todos seus amigos. Se você perceber que em seu perfil aparecem mensagens como as da mensagem abaixo, apague-as de sua timeline para evitar a propagação do spam.

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