Fabricante de games pede que os Estados Unidos façam pressão sobre outros países e sugere punições criminais aos piratas
SÃO PAULO – A Nintendo quer que os Estados Unidos forcem outros países a lutar contra a pirataria. E pede atenção especial para o Brasil.
Em uma carta ao Representante Comercial dos Estados Unidos, a Nintendo pede que o país aumente a pressão internacional para que outros governos adotem medidas mais rígidas contra a pirataria. A empresa diz que está sofrendo “grandes perdas” com a distribuição não autorizada de seus games.
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A Nintendo mira no Special 301, relatório anual em que os Estados Unidos classificam os países do mundo em um ranking de pirataria. A fabricante de games quer que o país acate suas recomendações na elaboração do próximo relatório.
O Special 301 mostra a visão dos EUA sobre as políticas antipirataria de vários países. O documento é usado como instrumento de pressão para acordos internacionais.
A empresa japonesa sugere, por exemplo, que sites de compartilhamento de arquivos sejam bloqueados e as pessoas flagradas pirateando sejam alvo de ação criminal. Segundo a Nintendo, nos últimos anos o escopo da pirataria online para a empresa cresceu “dramaticamente”.
A Nintendo pede que os EUA deem atenção especial ao Brasil — e o coloquem na lista dos países mais piratas do mundo, ao lado da Espanha, China e México. Para a empresa, os governos desses países não tomam medidas adequadas contra a pirataria. No Special 301 do ano passado, o Brasil foi classificado como um país “para acompanhar”.
Para o Brasil especificamente, a Nintendo pede punição mais dura contra os piratas (especialmente no ambiente digital) e sugere que casos de punição sejam divulgados para servirem como alerta.
A empresa também quer que o Brasil implemente uma nova legislação para dar aos provedores de internet e serviços responsabilidade sobre a pirataria. Em termos práticos, a Nintendo pede que o Brasil adote definitivamente o mecanismo de notificação e retirada, em que as empresas de internet têm de remover um conteúdo pirata ao receber a notificação do detentor de direitos autorais.
As mesmas recomendações foram feitas sobre Espanha — mas lá, a Nintendo pediu outras medidas como o bloqueio de sites estrangeiros de troca ou hospedagem de arquivos.