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Netshoes aposta em novos meios de entrega e põe IPO nos EUA na mira

Empresa brasileira é a atual líder no e-commerce de artigos esportivos; entrega no mesmo dia até às 22h é aposta para atrair mais clientes

Por Agências
Atualização:
 

SÃO PAULO – Maior empresa de comércio eletrônico de artigos esportivos do mundo, a Netshoes vem apostando em diferentes modalidades de entrega para reduzir gastos com o serviço, conforme concentra esforços para tentar operar no azul.

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Em entrevista à Reuters, a vice-presidente de operações da companhia, Graciela Tanaka, afirmou que os custos com entregas foram cortados pela metade desde que a empresa iniciou em 2011 um plano de sustentabilidade de médio a longo prazos, que previa a cobrança por novos tipos de envio.

“Quando o e-commerce estava começando no Brasil, ele tinha que ter alguns atrativos para ser o chamariz para o consumidor. Naquela época foi a entrega grátis, o parcelamento em 12 vezes”, afirmou ela à Reuters, acrescentando que as práticas não seriam sustentáveis indefinidamente do ponto de vista financeiro.

Atualmente, a companhia oferece até quatro opções de frete dependendo da região do comprador, sendo que, para não pagar nada, o internauta leva mais tempo para receber a encomenda em casa.

Dentre as novidades recentes da empresa está o envio “super expresso” de produtos de grande volume por meio de um projeto piloto na Grande São Paulo. O preço do envio é de R$ 59,90 (entrega de 10 a 50 quilos) ou de R$ 79,90 (de 59 a 200 quilos) e a modalidade realiza a entrega até as 22h do mesmo dia para compras fechadas até as 13h.

Antes disso, a Netshoes já havia iniciado a entrega super expressa para itens de menos de 10 quilos na região metropolitana paulista, além de Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Olinda (PE) e Jaboatão dos Guararapes (PE).

O movimento da Netshoes acontece em um momento em que as grandes empresas de e-commerce redobram o foco sobre a rentabilidade ao mesmo tempo em que ganham a atenção de investidores globais, na esteira da listagem em bolsa de representantes de peso do setor.

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Em setembro, a oferta pública inicial de ações do gigante chinês Alibaba movimentou US$ 25 bilhões na bolsa de Nova York. Na sequência, também abriram capital na bolsa de Frankfurt as alemãs Zalando, de varejo online de moda, e a investidora em varejo online Rocket Internet, que no Brasil controla a Dafiti.

Segundo uma fonte próxima à companhia, a Netshoes estaria operando com lucro há pelo menos três meses, acrescentando que a companhia pretende futuramente fazer uma oferta pública inicial (IPO) de ações na bolsa norte-americana Nasdaq apresentando um histórico de desempenho positivo para os investidores.

O plano do IPO nos EUA já havia sido ventilado no mercado em outras oportunidades, mas acabou nunca se concretizando. Se for em frente, a companhia se juntará à Cnova, empresa que reúne operações de varejo online do Grupo Pão de Açúcar e do seu controlador francês Casino e que planeja listagem na Nasdaq entre o fim deste ano e começo do ano que vem.

Questionada sobre a possibilidade, Graciela se limitou a dizer que a Netshoes atingiu um patamar no qual “tanto rodadas com investidores como a possibilidade de IPO fazem parte do dia a dia”, e que “está no caminho” para sair do vermelho.

No ano passado, a empresa reduziu o prejuízo líquido a R$ 71,9 milhões, ante perda de R$ 93,7 milhões no ano anterior, ajudada por um aumento de 21,1% na receita de vendas e serviços, que somou R$ 965,1 milhões.

Em maio, a Netshoes anunciou novo aporte de US$ 170 milhões, em rodada de investimentos liderada pelo GIC, fundo soberano de Cingapura, mas que também contou com a participação do grupo de fundadores da empresa e dos atuais acionistas Tiger Global Management, Temasek Holdings, Iconiq Capital e Kaszek Ventures.

/ REUTERS

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