SÃO PAULO – Quantas vezes você já tentou assistir um vídeo no YouTube e ficou culpando o site do Google por demorar demais para carregar o que você queria? Ou uma série no Netflix ou uma música em algum serviço de streaming? Mas e se o problema não for do servidor do site, mas sim da operadora responsável pela sua conexão?
Foi o que aconteceu na terça-feira, 3, com um designer nos EUA: ele estava tentando assistir a um filme no Netflix, quando uma tela de aviso apareceu no aplicativo dizendo que “o serviço da Verizon [popular operadora de banda larga] está congestionado nesse momento. Estamos ajustando o vídeo para ser rodado de maneira mais suave”.
O designer comentou no Twitter sobre o assunto, e recebeu uma resposta do porta-voz do Netflix nos EUA, Jonathan Friedland, dizendo que a empresa está “sempre testando novas maneiras de manter nossos clientes bem informados”. A Verizon, responsável pela lentidão do serviço, respondeu que está investigando o processo, mas que a denúncia “pode confundir as pessoas”, de acordo com o responsável pelas comunicações da empresa.
A discórdia entre as duas empresas aparece justamente no momento em que os EUA se preparam para discutir mais uma vez sobre a questão de neutralidade de rede.
Na última discussão, a comissão responsável pelo assunto considerou que empresas como o Netflix e o YouTube poderiam pagar às operadoras para terem vantagens na distribuição de banda, o que em tese feriria o princípio de neutralidade, em que todos os dados devem ser tratados de maneira igual pelos provedores.
As operadoras apoiam a decisão do FCC, enquanto empresas como Google e Netflix já se pronunciaram contrariamente à ideia.