Morre em São Paulo o bibliófilo José Mindlin

Acervo foi doado para a USP e está sendo digitalizado aos poucos

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Por Redação Link
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O empresário e bibliófilo José Mindlin morreu na manhã deste domingo, 28. Um dos maiores colecionadores de livros do País, Mindlin tinha 95 anos, e estava internado há aproximadamente um mês no Hospital Albert Einstein para tratamento de uma pneumonia.

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Mindlin foi dono de acervo que chegou a contar com quase 50 mil volumes. As edições brasileiras foram doadas à USP, e os livros – alguns raros – estão sendo digitalizados e disponibilizados online pela universidade. “Não tenho o fetiche da propriedade, tão pouco da exclusividade”, disse ele em entrevista ao Link no ano passado.

Nascido em São Paulo, em 8 de setembro de 1914, Mindlin estudou Direito na USP e fez cursos de extensão universitária na Universidade de Columbia, em Nova York. Advogou por alguns anos, deixando essa atividade para fundar a empresa Metal Leve, que se destacou no setor de peças para automóveis, e onde foi diretor por 46 anos, deixando a empresa em 1996.

Aos 32 anos, financiado por um empresário, conseguiu um sócio e fundou a livraria Parthenon, em São Paulo, especializada em livros raros – e começando assim uma biblioteca particular que se tornaria referência em toda a América Latina. Esse acervo incluiu raridades, como a primeira edição de Grande Sertão: Veredas de João Guimarães Rosa.

A Brasiliana USP, é um projeto acadêmico da Universidade de São Paulo que reúne a maior coleção de livros e documentos sobre o Brasil, um moderno edifício de 20 mil metros quadrados na Cidade Universitária.

Mindlin ocupou a cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras. Foi eleito em 20 de junho de 2006, sucedendo o escritor Josué Montello. José Mindlin deixa quatro filhos, 12 netos e 12 bisnetos. Sua mulher Guita morreu em 2006.

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