Jornalismo Google

Alternativa ao News, plataforma do site para 'histórias vivas' agora é open source

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Por Rafael Cabral
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Quando falamos pela primeira vez do Living Stories, um projeto do Google Labs desenvolvido em parceria com os jornais New York Times e Washington Post, a plataforma era ainda crua, mas promissora. O serviço prometia acompanhamento detalhado, quase em tempo real, de ‘histórias vivas’ – aquelas complexas demais para acabarem perdidas em uma categoria qualquer do Google News.

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Criado para agregar notícias de temas abrangentes como o aquecimento global ou a polêmica reforma no sistema de saúde dos Estados Unidos, o Living Stories criava miniportais para cada um deles, atualizados a cada novidade. A divisão buscava destacar algo que, no caos informacional da web, acaba ficando meio de lado: o contexto. Em cada página dedicada, o leitor podia se amparar em uma timeline de assuntos relacionados e dos eventos mais importante daquele tópico específico.

A intenção era agregar centenas de matérias e, acompanhando um caso de perto, criar uma grande reportagem juntando todas elas. Em vez de reproduzir o papel ou produzir milhares de notinhas desconexas, era a chance para o jornalismo aproveitar tudo que o formato digital oferece. Mas era ainda um projeto experimental. Contando apenas com reportagens dos seus dois patrocinadores, o serviço acabou sendo acessado apenas por curiosos e, mal aproveitado, acabou não fazendo barulho algum.

Mas o Google, ainda tentando se reconciliar com os meios de comunicação após a briga à respeito da política do Google News, quer mudar isso. O primeiro passo foi juntar o Living Stories ao News, na versão norte-americana. O segundo, maior, vem em torná-lo open source, para que possa ser usado por qualquer veículo.

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“Se você já consegue os cliques, o que você faz? Aumenta o engajamento dos seus leitores”, explicou o diretor de parcerias editoriais do Google, Santiago de la Mora, ao Guardian. Será vantajoso, defende ele, que as pessoas tenham uma plataforma onde possam acompanhar as notícias apresentadas de diversas maneiras: as reportagens mais quentes, uma linha de atualizações, infográficos e declarações dos entrevistados. Cada um escolhe a melhor maneira, ou mais de uma delas. Com isso, gastam mais tempo navegando por elas.

Segundo o Google, 75% das pessoas expostas ao Living Stories disseram preferi-lo ao modelo tradicional de apresentação jornalística. “Na média, os usuários gastam nove minutos a mais em cada história”, diz o porta-voz Oliver Rickman, também ao jornal londrino.

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O objetivo do Google em liberar o código da ferramenta, dizem os dois, é fazer com que ela seja empregada em diferentes organizações jornalísticas, em vários tipos de histórias vivas demais para se manterem estáticas.

Acostumado a redirecionar as pessoas para os sites originais, o Google quer agora mudar a forma como o jornalismo é consumido online. E a plataforma para fazer isso, ao que parece, não apenas o Google News – que, apesar de muito acessado, rende muita dor de cabeça para a empresa. Além disso, o Facebook vem desbancando o News como a principal ‘ponte’ para sites de jornais: o número de pessoas que acessaram portais jornalísticos pela rede social triplicou no ano passado, enquanto o News manteve seus números.

Pedindo a ajuda de desenvolvedores, jornalistas e companhias de mídia, a empresa já escolheu sua alternativa: o agora open source Living Stories. É esperar para ver se pega.

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